E aí?

Cadê nosso direito de ir e vir?

Quantas vezes você foi assaltado, tentaram te assaltar ou você simplesmente passou medo ao sair…

Quantas vezes você foi assaltado, tentaram te assaltar ou você simplesmente passou medo ao sair na rua nos últimos dias?

Você, eu não sei, mas só no último mês eu sofri três tentativas de assalto. Diferente de mim, muitas pessoas não tiveram a mesma sorte e foram assaltadas e até mesmo assassinadas já nessa primeira quinzena de 2017. Agora, ressoa a pergunta óbvia: É justo?

Nosso direito de ir e vir está garantido no artigo 5º, do inciso XV da Constituição Federal de 88. No entanto, é isso que acontece?

Na semana passada, após sair de um supermercado entre o trabalho e a minha casa, dois rapazes tentaram me roubar. Liguei para o 190 assim que pude. Você atendeu? Porque o 190 nem chama, assim como não chamou quando testei antes de escrever esse texto.

Se você tiver o IX9 instalado, você pode fazer denúncias de crimes com facilidade. Mas e se você não tiver internet? Se estiver tremendo tanto que mal conseguir segurar o celular para ao menos escolher a espécie de denúncia que quer fazer? E se tiverem levado justamente seu celular, não era para você poder ter acesso rápido ao socorro através de um simples número que nunca atende?

Segundo o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação), o brasileiro gasta uma média de 150 dias por ano trabalhando só para pagar impostos. Em um dos últimos levantamentos, os tributos comprometeram cerca de 41% da renda do trabalhador. E você sabe pra quê serve os impostos? Os impostos são recolhidos para o Estado nos oferecer saúde, educação e segurança.

Você se sente seguro ao sair às ruas? Se sente seguro de deixar seu filho andar pelas ruas sozinho? Se sente seguro em deixar sua casa sozinha enquanto viaja? O que você ganha dá para você se alimentar com tranquilidade e qualidade? A educação pública é de qualidade?

Se a resposta para a alguma dessas perguntas é não, onde estão enfiando os nossos 41%? Cadê policiamento adequado, leis que funcionem, educação digna e igual à todos?

Quantas vidas e bens teremos que continuar perdendo para nos oferecerem o que é nosso por direito?

Trabalhar pra morrer, literalmente, será sempre o fim do brasileiro?