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As árvores da Praça Cívica e o calor infernal no Centro de Goiânia

A passos de formiga e sem vontade, igual nos ensinou Lulu Santos, as obras do…

Praça Cívica sem árvores (Foto - Maria Thereza Alencastro Veiga)
Praça Cívica sem árvores (Foto - Maria Thereza Alencastro Veiga)

A passos de formiga e sem vontade, igual nos ensinou Lulu Santos, as obras do BRT de Goiânia vão andando. E enquanto a cidade não colhe os benefícios que ficam, vamos lidando com os transtornos que, cá entre nós, estão demorando horrores para passar. A obra fundamental para o transporte público encontrou na Praça Cívica seu clássico do Cinema em Casa do SBT: é uma verdadeira história sem fim.

As frondosas mongubas que dividiam os anéis interno e externo do trânsito da Praça Cívica foram ceifadas. Após décadas crescendo nos arredores do centro decisório do poder de Goiás, de um dia para o outro, passaram a ser somente memórias do goianiense.

Sim, sabemos que as árvores eram antigas. Sim, sabemos que a obra é necessária para melhoria da mobilidade na cidade. Sim, sabemos que no projeto há compensação com plantio de árvores em outros locais. Mas não dá para negar que o Centro perdeu. E muito.

O microclima da região, que já era péssimo, vai piorar. Sabemos que não há nada mais inútil que aquela patética proteção de espera de ônibus. Quem está aguarda o transporte coletivo se molha na chuva e passa um calor infernal nos fartos dias de sol. Igual às meias da música do Skank que esfriam no inverno e esquentam no verão. Os trabalhadores e estudantes que esperavam o ônibus ali se aproveitam das generosas sombras que as mongubas ofertavam. Agora isso é passado.

Os moradores da região, quem trabalha nos arredores e os usuários dos ônibus que param ali já estão sofrendo com as obras infindáveis vão também ficar prejudicados no longo prazo com a Praça Cívica sem árvores. Minha amiga Maria Thereza Alencastro Veiga, moradora da Praça Cívica e quem fez a foto que ilustra esse texto, sabe o que é enfrentar esse problema diariamente.

E não há nada o que fazer fora esperar anos e anos para que novas espécies, se é que elas serão plantadas, cresçam e ofereçam sombra ao goianiense. Por ora, fique aí no calorão mesmo. É o que tem pra hoje.

@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Maria Thereza Alencastro Veiga