Schwarzenegger e Santoro: o que dois astros têm a ensinar sobre propósito e recomeços
Dois ícones de gerações diferentes revelam o que realmente sustenta o sucesso: visão, vulnerabilidade e movimento contínuo.

O que têm em comum Arnold Schwarzenegger e Rodrigo Santoro, além de serem atores emblemáticos e “vizinhos” em Los Angeles (EUA)? Ambos compartilham suas experiências de vida e carreira em palestras para públicos diversos. Recentemente, fizeram parte da programação da Expert XP, em São Paulo (SP), e falaram para um público de gestores, empreendedores e especialistas do mercado financeiro brasileiro.
Mesmo sem dividirem o palco, apresentaram discursos alinhados: sucesso é fruto de propósito, disciplina e da escolha constante de seguir em frente — uma mensagem que serve para qualquer pessoa, em qualquer fase da vida.
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Schwarzenegger demonstrou em sua fala a mesma energia dos tempos de fisiculturismo. Com mais de 50 anos de carreira — iniciada no cinema com o filme Hércules em Nova York (1970) —, o austríaco que virou ícone de Hollywood, político nos Estados Unidos e defensor do esporte e da educação falou sobre a importância de manter uma visão clara e jamais se acomodar. “Você precisa ter uma visão. Precisa de um quadro de metas. Se não, você vai estar apenas vagando, e isso não traz felicidade”, afirmou.
Aos 78 anos recém completados, o ex-governador da Califórnia mantém em sua mansão uma academia de musculação própria e uma rotina regrada e ativa. Para ele, praticar atividades físicas nunca foi motivo de sacrifício. “Eu não ia treinar com cara de sofrimento. Eu amava aquilo. Estava empolgado porque cada série me deixava mais perto dos meus objetivos”, explicou, ao destacar a disciplina como um hábito carregado de propósito e alegria.
Com esse mesmo espírito, ele encarou o desafio de entrar no mundo político, algo que não fazia parte de seus planos. Ao assumir o cargo, em 2003, não entendia de política, mas aplicou os mesmos princípios da vida pessoal e foi reeleito quatro anos depois.
“Eu queria fazer algo pelo país que me deu tudo”, declarou, revelando seu senso de retribuição. Essa fase reforçou sua crença de que o sucesso está ligado ao propósito e ao compromisso com os outros. Suas legislações deixaram legado em áreas sociais e institucionais — embora tenha enfrentado frustrações ao tentar resolver os desafios econômicos mais profundos do estado.
“Não sente na cadeira”: por que acomodar-se pode ser o maior risco
Para Rodrigo Santoro, o maior desafio é continuar em movimento mesmo após alcançar certo prestígio. “Não sente na cadeira”, foi sua frase de impacto. Ele contou que, mesmo com quase 50 anos de idade e três décadas de carreira — iniciada na novela Olho no Olho (1993) —, ainda se cobra e busca propósito em cada novo trabalho.
Santoro também compartilhou as inseguranças que o acompanham, inclusive nos momentos de maior reconhecimento. Disse que, muitas vezes, questiona se está no caminho certo, mas não permite que isso o paralise. “Espero que o Rodrigo do futuro esteja bem, mas não pode sentar na cadeira”, repetiu.
Vulnerabilidades e quedas fazem parte da jornada
Nem só de conquistas vivem os dois atores. Ambos deixaram claro que, ao longo da vida, os planos nem sempre saíram como esperado. Arnold admitiu que falhou muitas vezes — em competições, filmes e decisões políticas — e que o “segredo” não é evitar os tombos, mas levantar rápido. “Eu falhei muitas vezes, mas nunca fiquei no chão. Sempre me levantei e parti para o próximo projeto”, afirmou.

Quando a ficção reflete os valores da vida real
O destino dos dois se cruzou no retorno de Schwarzenegger às telonas, após sua temporada política. No filme O Último Desafio (2013), Arnold interpretou o xerife Ray Owens, um veterano que tenta proteger sua cidade com coragem e foco, mesmo após falhas do passado. Santoro viveu Frank Martinez, um ex-fuzileiro naval traumatizado que encontra uma nova chance ao lado do xerife.
Ambos os personagens incorporam a filosofia de seus intérpretes: ninguém está pronto o tempo todo, mas é possível recomeçar, transformar-se e fazer a diferença — com humildade, disciplina e visão. Sobre essa experiência, o ator brasileiro demonstrou admiração: “Não vou mentir, no começo foi um pouco intimidante. Mas aí você pisa no set e o Arnold te dá aquele olhar, e você sabe que está à altura. A confiança dele te alimenta, é muito inspiradora”, revelou.
6 lições que eles vivenciam — e que pode funcionar para você:
- Visão clara de futuro: saber onde quer chegar é o primeiro passo.
- Disciplina diária: mais que talento, o hábito molda o sucesso.
- Resiliência diante das falhas: aceitar a dor como parte da jornada.
- Ação constante: não parar é o que diferencia quem evolui de quem estagna.
- Abertura à reinvenção: ambos se lançaram em novos territórios quando já estavam consolidados.
- Compromisso com o coletivo: retribuir faz parte do ciclo de sucesso.
E o que isso tem a ver com você?
Mesmo em trajetórias que parecem inalcançáveis para muitos, há algo em comum: dúvidas, tombos e a vontade de seguir, como a maioria das pessoas. A escolha de recomeçar, com clareza e consistência, está disponível para todos. E talvez essa seja a lição mais poderosa.
O Expert XP foi realizado nos dias 25 e 26 de julho, em São Paulo. A 15ª edição do evento reuniu 50 mil participantes, 230 patrocinadores, 130 painéis, 350 palestrantes e mais de 120 horas de conteúdos.
A coluna Descomplicando acompanhou a Expert XP a convite da XP.
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