Coluna do Pablo Kossa

Cigarro eletrônico regulamentado é o melhor para o país

Regulamentar vapes é decisão correta que a Anvisa pode tomar para lidar na legalidade com este problema de saúde pública

A Anvisa delibera hoje sobre a legalidade em território nacional dos cigarros eletrônicos. E se você não vive numa caverna, deve-se perguntar: “Uai, pra todo canto que olho vejo o povo fumando esses pen drives… É ilegal?”. Pois é, mais uma daquelas típicas hipocrisias brasileiras nas quais o que não é legal é mais comum que pit dog em praça de Goiânia.

Se você é minimamente atento, já percebeu o quão popular está essa maquininha esquisita. O cara bota um aparelhinho quadradinho na boca e solta uma fumaça com cheiro enjoativo. No bar, no clube, no escritório, na sacada do vizinho… Em tudo que é lugar. 

Uma coisa que observei: quanto mais jovem o ambiente, mais populares são essas geringonças. O cigarro comum, aquele que vende na padaria ou na loja de conveniência, hoje é coisa de tiozão. A molecada fumante só usa pods ou então palheiros.

Ninguém em sã consciência defende o uso de algo de alto poder viciante e potencial de arregaço gigantesco. Mas é estupidez não enxergar o óbvio: a proibição não impede ninguém de comprar e usar.

Assim sendo, o melhor é trazer pra legalidade. Mercado formal, controle sanitário de qualidade e tributos. Tal qual outras drogas legais.

O Brasil tem know-how de como controlar e reduzir o uso de drogas legais. Somos paradigma mundial nas políticas antitabagistas. O número decrescente de fumantes mostra o quão exitosa é esta política pública.

A Anvisa, se for esperta, deve trazer essa novidade, que nem é tão nova assim, para a luz da formalidade. Estipular regras duras para seu uso, locais de venda, controle de acesso aos menores de idade e publicidade. Exatamente como fez com o cigarro.

Assim conseguiremos evitar as consequências nefastas de uma popularização descontrolada dessa droga. E com arrecadação para custear os incontornáveis problemas que desembocarão no SUS, mais cedo ou mais tarde. Sem hipocrisia.

@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Reprodução