Coluna do Pablo Kossa

TikTok banido nos EUA é só o começo da confusão

Joe Biden sancionou lei aprovada por incomum união de democratas e republicanos no Congresso banindo TikTok dos Estados Unidos

TikTok está banido dos EUA. O projeto foi aprovado em uma rara sintonia de posicionamento entre as bancadas democrata e republicana no Congresso e sancionado hoje pelo presidente Joe Biden. Isso é só o começo da treta que aponta para um novo mundo menos global e mais tribal.

A ByteDance, empresa chinesa dona do aplicativo, tem até um ano para se desfazer do TikTok e assim continuaria operando na terra do Tio Sam. Ainda cabem contestações judiciais, mas não há muita esperança entre os especialistas que a situação se reverta. A interpretação um tantão tresloucada de liberdade que os EUA trabalham é a esperança dos chineses para tentar derrubar a decisão política.

Quem diria que um aplicativo que se popularizou por dancinhas cretinas iria se tornar assunto relevante de geopolítica…

Se a China proíbe Youtube, Google, Facebook, Instagram, WhatsApp, Twitter e outras redes de sede nos EUA, não é absurda a proibição do TikTok por Washington. Reciprocidade é isso aí.

Tal qual os chineses apelam aos VPN da vida para acessar as plataformas proibidas por Pequim, tudo leva a crer que os americanos farão o mesmo. Mas sempre cria um contratempo, dá uma canseira e afugenta muitos que não querem dor de cabeça para acessar uma rede social e passar o tempo.

Depois de três décadas de fronteiras diluídas e aldeia cada vez mais global, a década de 20 do século XXI marca a volta da tribalização do mundo. Os países fechando fronteiras e dificultando o trânsito informacional parece ser a tendência.

E estamos só no início de toda confusão.

@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Reprodução