Investigação

Alberto Borges, da Caramuru, inicia oitivas na CPI dos Incentivos de hoje com colegiado vazio

Comissão Parlamentar de Inquérito revela que empresa recolheu 0,55% de ICMS nas operações interestaduais

Alberto Borges de Souza, da Caramuru Alimentos, e Osmar Albertini, da Granol Comércio, Indústria e Exportação, são os entrevistados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de Goiás nesta segunda-feira (7). O evento também contaria originalmente com a presença de Wesley Batista, da JBS, mas a vinda do empresário ficou para o dia 14.

Desta forma, quem abriu os procedimentos foi Alberto Borges, presidente da Caramuru. O empresário, que não respondeu acerca do recolhimento do ICMS, foi informado pelo deputado e relator Humberto Aidar (MDB), que este foi de 0,55% em relação ao arrecadado.

Fala inicial

Antes das perguntas começarem, o empresário teve cerca de 20 minutos para apresentar a Caramuru. Em sua fala inicial, ele pontuou que focaria mais na parte de industrialização da soja.
Ele afirmou que o grupo tem três complexos industriais em Goiás:  em Itumbiara (trabalha com soja e milho), São Simão e Ipameri (soja e biodiesel). “Mais 26 unidades armazenadoras.” Ele também declarou ter 2.600 colabores diretos, sendo 1.500 só em Goiás. “O restante no Paraná e Mato Grosso”.

Segundo o empresário, por se tratar de uma empresa de commodities, o grupo trabalha com “baixas margens [de lucro]” e é “extremamente sensível à tributação”. O relator da comissão Humberto Aidar, por sua vez, questionou o presidente da Caramuru acerca dos benefícios recebidos pela empresa, o que não foi colocado na apresentação inicial – “as mesmas perguntas que todos os demais receberam”, o deputado fez questão de frisar.

Sobre os fatores para empresa se instalar em Goiás, Alberto disse que a empresa está no Estado desde 1975, por conta de logística para atender o Nordeste e pelos incentivos fiscais, situação que permanece, apesar da “história do milho ser diferente de quando implementamos”.

“Nos últimos cinco anos temos crescido mais fora de Goiás”, disse ao citar que o Estado não está mais tão atrativo. “Investimos no porto de Santos e outros lugares.”

Benefícios

Segundo Aidar foram disponibilizados o total do crédito especial para investimentos R$ 135,6 milhões nos últimos cinco anos. E, além dos incentivos do Fomentar e Produzir, outros benefícios. Sobre a carga de ICMS, o empresário não respondeu. O relator, levando em conta as operações interestaduais, a arrecadação de ICMS foi de 0,55%, sendo recolhido R$ 55 milhões de R$ 9 bilhões gerados. “Ela é baixa porque foi arrastada pela Lei Candir”, justificou o empresário sem adentrar no tema. “É pouco, mas é uma porta aberta para não sermos só exportadora de matéria prima.”

Baixo número de presentes

A sessão de hoje contou apenas com quatro deputados. O presidente Álvaro Guimarães (DEM), o relator Humberto Aidar, Vinicius Cirqueira (Pros) e Coronel Adaílton (PP). Faltaram: Major Araújo (PSL), Talles Barreto (PSDB), além dos suplentes Thiago Albernaz (SD), Henrique Arantes (sem partido), Lucas Calil (PSD) e Tião Caroço (PSDB).