Responsabilidade

Auditoria do MPT afirma que apenas empresários devem ser responsabilizados por explosão em galpão

Uma auditoria realizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) apontou que os funcionários não podem…

Uma auditoria realizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) apontou que os funcionários não podem ser responsabilizados pela explosão que aconteceu em um depósito de reciclados em Aparecida de Goiânia, em 2019. De acordo com o documento, apenas os empresários da empresa Eco VR, dona do espaço, devem ser responsabilizados.

A explosão aconteceu por volta das 19h do dia 30 de maio. De acordo com as testemunhas, o barulho foi ouvido a mais de cinco quilômetros do depósito. Segundo o Corpo de Bombeiros, 49 militares da corporação e 19 viaturas foram deslocados para combater as chamas.

A Polícia Civil (PC) concluiu as investigações indiciando o técnico de segurança do trabalho, um operador de empilhadeira e a empresa. Mas a auditoria do MPT aponta que a responsabilidade deve unicamente da empresa.

Auditoria

De acordo com o documento, o processo de esvaziamento dos frascos deveria ser feito por equipamentos preparados para agir de modo seguro e eficiente. A empresa chegou a apresentar a máquina própria para a execução do trabalho. Mesmo assim, boa parte do trabalho era feito manualmente.

Relatos feitos por funcionários apontaram que o motivo era a agilidade. Enquanto a máquina esvaziava 50 frascos por hora, os funcionários conseguiam fazer até 60 frascos no mesmo período.

Eles afirmaram ainda que o trabalho era feito à noite, fora do horário de trabalho, e que eles recebiam por fora. De acordo com o MPT, o objetivo era escapar da fiscalização, seja do próprio Ministério, de órgãos ambientais ou mesmo dos contratantes do serviço.

Por fim, o MPT afirmou que a empresa teve uma conduta permissiva ao permitir que o trabalho fosse feito de forma manual e improvisada.

Resposta

Em nota, a Eco VR afirmou que não concorda com a auditoria feita pelo MPT e que irá solicitar a impugnação dela. A empresa ressaltou também que tem licença ambiental para funcionar e que não existem normas específicas para o descarte de spray. Por esse motivo, não houve irregularidade no processo manual.

A empresa pontuou que a explosão só aconteceu porque o operador da empilhadeira ligou a máquina sem permissão e que o funcionário já havia sido advertido para não fazê-lo durante o esvaziamento dos frascos.

A Eco VR afirmou também que não foi autuada por causa do horário de trabalho e que existem documentos e depoimentos que atestam que a empresa realizou treinamentos para capacitar os funcionários.

*com informações de G1