Avião com ex-senador boliviano asilado no Brasil cai em Goiás
Após ser resgatado com vida pelo Corpo de Bombeiros, Roger Pinto Molina foi levado em estado grave a um hospital de Brasília
Um avião de pequeno porte caiu no início da noite deste sábado, 12, no aeroclube de Luziânia, cidade goiana no entorno do Distrito Federal, a cerca de 200 quilômetros de Goiânia.
A aeronave prefixo PU-MON ficou destruída e o piloto, Roger Pinto Molina, de 58 anos, único ocupante, saiu gravemente ferido. Molina foi senador na Bolívia pelo Plano de Progresso para a Bolívia – Convergência Nacional, partido de extrema direita.
O avião com Molina tinha parado no aeroclube de Luziânia para um rápido abastecimento. Assim que a operação terminou, a aeronave decolou, mas caiu próximo da pista. O Corpo de Bombeiros de Luziânia prestou socorro ao piloto, que ficou preso às ferragens. Ele foi removido com várias lesões e transportado de helicóptero para o Hospital de Base de Brasília e o quadro geral do seu estado de saúde é muito grave.

Molina se tornou conhecido no Brasil em 2012 quando, acusado no governo Evo Morales por irregularidades como dano econômico ao Estado, estimados na época em US$ 1,7 milhão, em mais de 20 processos, se refugiou na embaixada do Brasil em La Paz. Conseguiu asilo no Brasil no ano seguinte sob alegação de perseguição política. Sua fuga para o Brasil, transportado de carro pela fronteira boliviana em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, causou dissabores ao governo brasileiro e levou à demissão do então ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota.
O ex-senador também foi lembrado em 2016, dessa vez por conta do acidente com o avião da Chapecoense, na Colômbia, por ser sogro do piloto da aeronave, Miguel Quiroga. A tragédia abalou ainda mais a instável rotina do ex-senador no Brasil. Ao deixar a Bolívia, Molina considera ter perdido quase tudo e ainda superava novas adversidades a todo momento. “Estava tudo pronto, por exemplo, para minha esposa vir morar comigo em Brasília. Não vivo com ela desde o refúgio na embaixada. Mas a tragédia da Chapecoense adiou nossos planos”, afirmou. (Com Estadão Conteúdo)