Brasil vai parar de usar restaurações prateadas nos dentes; veja motivo
Quem já tem restaurações antigas não precisa trocar, porque não trazem risco à saúde

O Brasil anunciou o fim gradual do uso de restaurações prateadas nos dentes, conhecidas como amálgamas, até 2030. A decisão, do Ministério da Saúde, faz parte de um compromisso assumido durante a 6ª Conferência das Partes da Convenção de Minamata, em Genebra, e busca reduzir o uso de materiais com mercúrio, substância que pode causar impacto ambiental se descartada de forma incorreta.
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O amálgama dental, utilizado há mais de um século, é uma liga metálica composta por aproximadamente 50% de mercúrio, além de prata, cobre e estanho. Embora seja resistente e tenha baixo custo, o produto vem sendo substituído por materiais mais modernos e sustentáveis, como resinas compostas e ionômeros de vidro, que têm aparência semelhante à cor natural dos dentes.
Segundo o Ministério da Saúde, a redução do uso de amálgamas já é uma realidade: entre 2019 e 2024, o material caiu de cerca de 5% para 2% de todos os procedimentos odontológicos realizados no país. A pasta destaca, porém, que a substituição será gradual e segura, para não comprometer o acesso da população a tratamentos odontológicos pelo SUS.
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A Anvisa já havia dado o primeiro passo em 2017, ao proibir a fabricação e comercialização de mercúrio e pó para liga de amálgama não encapsulada no país — medida que entrou em vigor em 2019. Hoje, o material só pode ser usado em versões encapsuladas, o que reduz o risco de contaminação durante o manuseio.
Para especialistas, o motivo da mudança é ambiental, não de saúde. Quem já tem restaurações antigas de amálgama não precisa se preocupar: não há evidências de que o material ofereça riscos à saúde humana. O perigo está apenas no descarte inadequado das cápsulas e resíduos que contêm mercúrio.
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Nas unidades do SUS, o uso do amálgama ainda é comum em locais com infraestrutura limitada, já que a aplicação de resina exige equipamentos específicos, como aparelhos fotopolimerizadores. Mesmo assim, o avanço tecnológico e o aumento do acesso a novos materiais têm acelerado a transição.
As resinas compostas, que devem substituir o amálgama, são hoje o padrão nos consultórios particulares. Além de mais estéticas e seguras para o meio ambiente, apresentam boa durabilidade quando aplicadas corretamente. De acordo com dentistas, restaurações antigas só devem ser substituídas se houver infiltração de cárie, fratura ou desejo estético do paciente.
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O Ministério da Saúde reforça que a eliminação do uso do amálgama será feita de forma gradual e responsável, acompanhando a modernização dos tratamentos odontológicos no país e contribuindo para um futuro com menos impacto ambiental.