Brasileiro é condenado nos EUA após confessar fazer parte de rede de tráfico humano
O esquema levou mais de 100 cem brasileiros para os EUA de forma ilegal

(O Globo) A Justiça americana condenou o brasileiro Flavio Alexandre Alves, o Ronaldo, por participar de uma rede de tráfico humano responsável por levar centenas de brasileiros para os Estados Unidos. Ele confessou ser um dos nomes por trás do esquema e também de ter envolvimento em lavagem de dinheiro. O caso foi divulgado na última quinta-feira pelo Departamento de Justiça dos EUA.
O brasileiro de 41 anos já havia sido condenado nos Estados Unidos por tráfico humano em 2004, tendo sido deportado em fevereiro do ano seguinte. Em algum momento, ele retornou ao território americano sem o conhecimento das autoridades.
Em 2022 teve início uma investigação sobre uma rede de tráfico humano que operava nos Estados Unidos, no México e no Brasil. O brasileiro era o responsável por comprar passagens aéreas para aqueles que entravam clandestinamente nos EUA. Os voos partiam de cidades próximas da fronteira com o México e iam para diferentes cidades americanas. Mais de cem passagens foram compradas por Alves entre maio de 2021 e agosto de 2022.
“Alves também cobrou pagamentos de estrangeiros como taxa por serem contrabandeados para os Estados Unidos – tomando uma percentagem da taxa como sua parte e transferindo o restante do dinheiro para outros membros da organização de tráfico humano com sede no México”, destaca o Departamento de Justiça dos EUA.
A acusação de tráfico humano pode levar a uma sentença de até 10 anos de prisão e mais três de liberdade condicional. Já a pena por lavagem de dinheiro pode chegar a 20 anos de prisão. Como ele também confessou ter entrado ilegalmente nos EUA pode ser sentenciado a outros 20 anos. Somadas, as multas associadas às condenações podem atingir US$ 750 mil, o equivalente a R$ 4 milhões.