cabelo

Canetas emagrecedoras causam calvície? Especialistas explicam

Fenômeno relatado por alguns pacientes é o eflúvio telógeno; entenda

O uso das chamadas canetas emagrecedoras, medicamentos injetáveis usados no tratamento da obesidade ou para perda de peso estética, tem levantado dúvidas sobre um possível efeito colateral: a queda de cabelo. O fenômeno relatado por alguns pacientes é o eflúvio telógeno, uma condição caracterizada pela queda acima do normal, quando um número maior de fios entra precocemente na fase de repouso do ciclo capilar.

Esse tipo de queda costuma surgir após situações que geram estresse ao organismo, como doenças, febre, cirurgias, pós-parto ou deficiências nutricionais. O emagrecimento rápido — seja causado pelas canetas, por dietas restritivas ou por cirurgia bariátrica — também pode desencadear o processo. Embora assustadora, a condição tende a ser temporária e reversível, com normalização do crescimento dos fios em poucos meses.

O uso de medicamentos originalmente destinados ao tratamento do diabetes tipo 2 também pode provocar deficiências nutricionais, especialmente quando a alimentação não acompanha as mudanças do corpo. A falta de nutrientes afeta diretamente o ciclo capilar e aumenta a quantidade de fios que caem diariamente.

Queda temporária x calvície

O dermatologista Domingos Coelho, membro da Associação Brasileira de Cirurgia da Restauração Capilar (ABCRC), explica que a simples queda de cabelo provocada pelo eflúvio não deve ser confundida com calvície.

Segundo ele, “na queda temporária, o fio cai, mas o folículo permanece preservado e volta a produzir normalmente”. Já na calvície — de origem genética e hormonal — ocorre a atrofia progressiva desse folículo, o que impede a formação de fios com espessura normal.

Tipos de calvície e onde as canetas se encaixam

O cirurgião capilar Jefferson Freitas destaca que existem diferentes tipos de alopecia, como a androgenética (genética), a areata (autoimune) e a cicatricial (inflamatória). A mais comum é a alopecia androgenética, presente em pessoas com histórico familiar e predominante no topo da cabeça.

O eflúvio telógeno, por outro lado, provoca queda difusa em todo o couro cabeludo e é temporário. É nesse grupo que se enquadram os casos de pacientes que usam medicações para emagrecer, têm dietas rígidas, passaram por cirurgias ou enfrentaram infecções.
Freitas reforça que “o diagnóstico preciso é essencial para determinar um tratamento correto”.

No geral, especialistas afirmam que canetas emagrecedoras não causam calvície, mas podem sim desencadear um processo de queda temporária associado ao estresse metabólico e à falta de nutrientes — sinais que devem ser acompanhados por médicos.