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Com bíblia na mão, Michelle visita Bolsonaro após racha com filhos sobre aliança

Visita da ex-primeira-dama foi autorizada por Alexandre de Moraes, do STF

Michelle Bolsonaro visitou o ex-presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (4) na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, em meio ao novo racha familiar causado pela disputa política no Ceará. A visita da ex-primeira-dama — que chegou no prédio carregando uma Bíblia — ocorreu após autorização do ministro do STF, Alexandre de Moraes.

Michelle esteve no local acompanhada da filha, Laura, de 15 anos. As duas chegaram por volta das 9h30 e deixaram o prédio às 10h40. Pela decisão de Moraes, elas puderam permanecer com Bolsonaro por 30 minutos, com a adolescente acompanhada devido à menoridade.

Imagem: Reprodução

Carlos Bolsonaro não compareceu

Também autorizado a visitar o pai, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) não foi à superintendência. Ele havia solicitado que o encontro fosse remarcado para domingo (7), quando completa 43 anos — pedido negado por Moraes.

Na terça (2), Carlos participou de um evento em Chapecó (SC) ao lado da deputada Carol de Toni (PL-SC), com quem disputa dentro do partido a vaga ao Senado em 2026.

Visita acontece após crise interna no clã Bolsonaro

A ida de Michelle ocorre dias depois de o núcleo familiar travar uma discussão pública sobre a aliança do PL com Ciro Gomes (PSDB) na disputa pelo Governo do Ceará. Michelle criticou duramente o acordo e afirmou apoiar Eduardo Girão (Novo).

“Eu jamais poderia concordar em ceder o meu apoio à candidatura de um homem que tanto mal causou ao meu marido e à minha família”, escreveu Michelle em uma rede social, citando que Ciro ajudou a consolidar a narrativa que rotulou Bolsonaro como “genocida”.

A manifestação gerou desgaste com os filhos do ex-presidente. Após encontrar Bolsonaro na segunda, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse ter pedido desculpas à madrasta e classificou o episódio como “ruído de comunicação”. Segundo ele, todos conversaram “como adultos” e o objetivo comum é derrotar o PT no Ceará.

Diante da crise, o PL suspendeu o apoio à candidatura de Ciro.

Disputas se espalham por outros estados

Além do impasse no Ceará, as divergências internas envolvendo Michelle se estendem a outros estados. Em Santa Catarina, ela já demonstrou apoio a Carol de Toni. No Distrito Federal, parte do PL defende que Bia Kicis (PL-DF) seja a candidata ao Senado na chapa de Michelle — movimento que isolaria o governador Ibaneis Rocha (MDB).

A visita desta quinta, portanto, acontece em um momento de forte tensão política e familiar, com o futuro do clã Bolsonaro e do PL sendo negociado em múltiplos fronts ao mesmo tempo.