PREOCUPAÇÃO

Segmento do turismo é o mais afetado pela crise do coronavírus

Na quarentena da pandemia do novo coronavírus, apenas os serviços essenciais estão abertos. Com o…

Na quarentena da pandemia do novo coronavírus, apenas os serviços essenciais estão abertos. Com o decreto do governador Ronaldo Caiado (DEM), que deve ser emitido nos próximos dias, alguns negócios devem ser reabertos. Não é o caso das empresas ligadas ao turismo. A Federação do Comércio de Goiás (Fecomércio-GO), que congrega essas atividades por meio de uma câmara interna (Setur), prevê uma difícil retomada para o segmento. “É um dos mais impactados nesse momento. O isolamento colocou todos dentro de suas casas e deixou de funcionar”, diz Marcelo Baiocchi, presidente da Fecomércio-GO.

Segundo o empresário, a volta não será imediata, mesmo após o fim da crise pandêmica. Isto, ele explica, porque só no retorno das atividades é que as pessoas começarão a programar as viagens novamente. Além disso, Baiocchi ressalta, ainda, o temor, que não deve simplesmente desaparecer. “Deve ser uma das últimas atividades a retornar, efetivamente”, lamenta.

Questionado sobre medidas neste momento, ele expõe que a Fecomércio tem conversado com o segmento, tentando antecipar ações para o retorno, mas a maior parte dos empresários está preocupado, já que até para voltar é preciso investir. Até por isso, ele revela que tem conversado com o secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec) – do Ministério da Economia -, Carlos Alexandre Da Costa.

“Meu reuni com Carlos Da Costa e ele disse que, inicialmente, todas as empresas serão socorridas com linhas de crédito, postergando impostos, etc. Porém, ele adiantou que o próximo passo é garantir linha de créditos especial para os segmentos mais atingidos”, antecipa Baiocchi.

Prejuízos

O presidente da Fecomércio-GO também foi perguntado sobre os prejuízos desse segmento. Ele disse que, neste momento, não é possível mensurar. “São números que vamos conseguir quando sairem os dados estatísticos de demissões do Caged, perda de faturamento e mais. Só a região 44 [em Goiânia] diz ter perdido R$ 600 milhões. O Estado perdeu 30% de ICMS. No turismo serão bilhões, sem dúvida.” Em Caldas, ele citou que a rede de hotéis Sesc, com mil leitos, tem prejuízo diário de R$ 100 mil.

Fabrício Amaral, presidente da Goiás Turismo, também mensura os prejuízos. Porém, ele afirma que o cenário é preocupante e muitas empresas do segmento devem fechar. “Outras ficaram em dificuldades.” De acordo com ele, a parte dos grandes eventos é a mais afetada. “Não teremos grandes eventos a curto prazo. Grandes shows, grandes festas populares.” A preocupação dele se volta, também, para os pequenos, que atuam na organização, montagem de palco e mais. “Antes do decreto, já tínhamos eventos cancelados”, lembrou.

Medidas

Fabrício, que reforça com tristeza que o turismo é o segmento mais afetado não só em Goiás, mas no País, afirma que a pasta tem mantido diálogo com o setor, bares e restaurantes, rede hoteleira, empresários, cidades do Estado, enfim, todos os envolvidos. “Uma segunda medida importante é ajudar o empresariado a ter acesso aos créditos”, destacou.

Segundo ele, não adianta retomar, se as empresas estiverem fechados. Ele cita que, só pela Goiás Fomento, há cinco linhas de crédito, uma delas específica para o turismo. “Conseguimos R$ 15 milhões do Ministério do Turismo e já pedimos mais R$ 15 milhões, tudo com juros baixo”, declarou. “O acesso não é fácil, então estamos tentando ajudar.”

Acerca do novo decreto, que deve ser emitido em breve e com flexibilizações para abertura do comércio, o presidente afirma que os bares e restaurantes não irão abrir. A medida, segundo ele, foi decidida e anunciada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-GO) e Sindicato de Bares e Restaurantes de Goiás (Sindbares), em conjunto com a Goiás Turismo. “Isto porque os estabelecimentos não vão conseguir pagar o custo fixo e vão perder direitos. Seria um tiro no pé”, explicou. “Além disso, em Goiás são 15 mil bares e restaurantes para fiscalizar, o que seria muito difícil. O nível de contaminação poderia ser muito grande.”