NA URNA

Idosos aproveitam horário preferencial para votar e evitar aglomeração em SP

Faltando 30 minutos para o começo da votação no colégio Santa Catarina, na Mooca, zona…

Faltando 30 minutos para o começo da votação no colégio Santa Catarina, na Mooca, zona leste de São Paulo, a calçada da rua Marquês de Valença já tinha filas. As seções foram abertas neste domingo (15) para o primeiro turno das eleições municipais às 7h, uma hora mais cedo do que nos anos anteriores para minimizar o risco de transmissão do novo coronavírus.

Até as 10h, a prioridade do acesso às urnas é para idosos. A aposentada Fátima Pereira, 68 anos, chegou 6h30 e era a primeira da fila. “Preferi vir mais cedo para evitar o tumulto. Por causa da pandemia, não dá para ficar aglomerando.”

Na Mooca, cerca de 15,5% da população residente tem mais de 65 anos, segundo a Ceinfo (Coordenação de Epidemiologia e Informação), da SMS (Secretaria Municipal da Saúde).

Para o contador Edson Silva, 70 anos, a abertura antecipada das seções trouxe outra vantagem: mais tempo livre depois. “Depois daqui, ainda vou trabalhar, estou com muito serviço, então foi até melhor vir cedo.” Ele diz que, mesmo sem ser obrigado a votar, fez questão e não teve receio de contágio, mas diz que tomou todos os cuidados.

As pessoas na fila fora da escola respeitaram o distanciamento, e a conversa entre elas era sobre os protocolos de saúde. As irmãs Neusa Carniel, 77 anos, e Nely Carniel, 79 anos, também não quiseram deixar de votar, mesmo sem a obrigatoriedade. “Faço questão porque é meu dever. Precisamos tentar melhorar a cidade”, afirma Neusa. Nely completa: “Fazemos isso pelos nossos netos e bisnetos.”

As duas falam que sempre têm o costume de votar nos primeiros horários. Em tempos de coronavírus, então, reforçaram o costume e as precauções. “Trouxe minha caneta, meus documentos e álcool em gel. Vou votar rápido para já ficar livre”, diz Neusa. “Também a máscara e mantendo cuidado com o distanciamento”, afirma Nely.

Em outra fila, a professora Karina Chegança, 31 anos, era a primeira: chegou às 6h45. Convocada para trabalhar na votação em um colégio na Vila Alpina, preferiu votar cedo e evitar um horário de maior movimento. A preferência, contudo, era de que não ficasse nesse trabalho hoje. “Não gostaria porque vou ter contato com muita gente. Vai ser máscara, proteção facial e álcool em gel direto.”
Roberto Cordovani, 60 anos, chegou cinco minutos antes da abertura do colégio para evitar fila.

“Mas não consegui, acho que deveria ter chegado mais cedo. Pelo menos está tranquilo.” À frente dele, a fila não preferencial já tinha cerca de 20 pessoas. Para evitar o contágio, diz, seguiu os cuidados que já viraram hábito. “Todo dia tem que ser a mesma coisa.”

Dentro do colégio, algumas seções de votação também tinham fila, mas com distanciamento social. Logo na entrada da seção, uma pessoa já conferia o documento e aplicava álcool em gel.