Israel lança nova ofensiva em Gaza após acusar Hamas de quebrar cessar-fogo
Israel classificou ataque do Hamas como uma "violação flagrante" do acordo de paz

A trégua entre Israel e Hamas está em risco neste domingo (19), após uma nova escalada de violência na Faixa de Gaza. O Exército israelense lançou uma ofensiva no território palestino como resposta ao que acusa ser um ataque do Hamas contra suas tropas na área de Rafah, configurando uma violação direta do cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos.
Em nota oficial, as Forças de Defesa de Israel (FDI) detalharam sua justificativa para o ataque, classificando a ação palestina como uma “violação flagrante” do acordo. “Hoje, terroristas dispararam um míssil antitanque e tiros de armas leves contra tropas das Forças de Defesa de Israel […] Em resposta, as Forças de Defesa de Israel iniciaram uma investida na área a fim de eliminar a ameaça”, afirmou o comunicado. A ação foi respaldada pelo gabinete do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, que ordenou uma “firme ação contra alvos terroristas na Faixa de Gaza”.
O Hamas nega a autoria do ataque. O braço militar da facção afirmou não ter conhecimento sobre qualquer incidente em Rafah. Izzat al-Risheq, um alto funcionário do grupo, acusou Israel de violar o acordo repetidamente, embora tenha dito que o Hamas permanecia comprometido com a trégua. No sábado, o gabinete de mídia do Hamas já havia acusado Israel de cometer 47 violações desde o início do cessar-fogo, resultando em 38 mortos.
A retomada da violência intensifica a pressão interna sobre o governo israelense. O ministro de extrema direita, Itamar Ben-Gvir, exigiu a retomada total da ofensiva. “A crença falsa de que o Hamas vai mudar, ou mesmo respeitar o acordo assinado, está se provando, sem surpresas, perigosa para nossa segurança”, disse.
A troca de acusações ocorre em um momento delicado, com as partes já em desacordo sobre a devolução dos corpos de reféns israelenses. Israel acusa o Hamas de atrasar propositalmente a entrega dos 16 corpos restantes, enquanto a facção palestina alega que a recuperação dos corpos sob os escombros exige equipamentos e esforços especiais.
Com informações da Folha de S. Paulo
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