Liquidação da Encol completa 24 anos; saiba como está
Quando quebrou, empresa era a maior construtora do Brasil, com 754 obras inacabadas e mais de 30 mil empregados

Uma das mais rumorosas e surpreendentes da história, a falência da Encol completou na semana passada 24 anos. Trata-se de um processo longo, que já foi o maior e mais complexo do Brasil.
A empresa chegou a ser a maior incorporadora do País.
Ao quebrar, deixou à época 754 obras inacabadas, mais de 30 mil empregados e, como é de se imaginar, uma enormidade de assuntos relacionados a fornecedores, bancos e causas trabalhistas. Ao longo desses 24 anos, há muitas queixas dos trabalhadores, muitas reclamações, algumas delas injustas e inverídicas. Já se falou, por exemplo, que a massa falida nunca pagou os os ex-operários.
Na verdade, a Encol praticamente já quitou 100% dos desempregados ou seus sucessores. em relação àqueles que ao longo dessas duas décadas um pouco mais, já faleceram. Todos já receberam o principal da verbas trabalhistas.
Qual é o debate que se tem hoje em relação às matérias dessa natureza trabalhista? São pagamentos diferentes em razão do longo tempo e houve uma discussão intensa sobre essa questão estabelecida perante o Poder Judiciário.
No ano passado, o STJ acabou fixando indexador para cálculo dessas diferenças. Agora, eles estão recebendo essas diferenças. Só neste volume de pagamento, já foram gastos, apenas na na gestão do advogado Miguel Cançado, atual liquidante, R$ 100 milhões, aproximadamente.
No total, a massa falida já pagou R$ 300 milhões por determinação do Poder Judiciário de Goiás. O restante , com saldo que tem, que vai fazer mais ou menos R$ 210 milhões de pagamento para esses trabalhadores ou seus sucessores. Ou seja a massa falida está buscando por meio da equipe administrar bem esses recursos, que são oriundos de venda de imóveis e bens da antiga empresa.
Quanto aos imóveis, não tem mais obras com a massa falida. Todas foram, ainda na década de 2000, transferidas aos adquirentes, por meio de associações formadas naquele período. Elas ficaram com os encargos de prosseguir com as obras. “Nós não temos nenhuma obra hoje que seja responsabilidade da massa falida”, diz Cançado.