DF

Ministério Público abre inquérito contra Bolsonaro por associar Lula à morte de LGBTs na Síria

Publicação de Bolsonaro associou Lula ao regime de Bashar al-Assad, ditador sírio acusado de perseguição e mortes de LGBTs

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) abriu um inquérito contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para apurar se ele cometeu crime contra a honra do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao associar Lula à morte de LGBTs na Síria. A suspeita é de que Bolsonaro tenha compartilhado, em seu canal oficial no WhatsApp, uma imagem que vinculava o petista ao regime de Bashar al-Assad, ex-ditador sírio, responsabilizando-o por execuções de pessoas LGBTQIA+.

De acordo com a investigação, o conteúdo foi publicado em 15 de janeiro deste ano e repercutiu após denúncia feita por um cidadão russo-brasileiro ao Ministério Público Federal, que posteriormente encaminhou o caso ao Ministério da Justiça. Pela legislação, cabe ao ministro da Justiça solicitar a abertura de investigações sempre que houver indícios de crimes contra a honra do presidente da República.

O ministro Ricardo Lewandowski, que comanda a pasta, pediu à Polícia Federal que apurasse o caso. No entanto, o Ministério Público do Distrito Federal reconheceu a competência da Justiça estadual para conduzir a investigação, transferindo a responsabilidade para a Polícia Civil do DF.

Segundo as informações, a mensagem divulgada no canal de Bolsonaro sugeria que Lula teria ligação com a perseguição e execução de pessoas LGBT+ durante o regime de Bashar al-Assad na Síria. O período do governo sírio foi marcado por denúncias internacionais de violações de direitos humanos, incluindo a criminalização e a violência contra homossexuais. Não há, entretanto, qualquer evidência de envolvimento do atual presidente brasileiro nesses episódios.

O canal de Bolsonaro no WhatsApp foi criado em outubro de 2023, um mês após a Meta liberar a ferramenta que permite enviar mensagens para um número ilimitado de usuários de uma só vez.