Sem-terra

MST ocupa área em Pernambuco e promete retomada massiva de ações no ‘Abril Vermelho’

Em reação ao movimento sem terra, bancada do agronegócio lançou 'Semana de combate à invasão de propriedade rural'

Movimento Sem Terra (MST) deu início às ações do “Abril Vermelho” com a ocupação de 800 hectares de três engenhos no município de Timbaúba, em Pernambuco. Segundo anúncio do movimento, aproximadamente 250 trabalhadores estão na área que não cumpriria sua “função social, que é produzir alimentos para a sociedade”.

O movimento alega que não “invade” terras, mas sim “ocupa”, pois teria como foco apenas terras improdutivas que “não cumprem sua função social”. Na nota sobre a ação nos engenhos de Timbaúba, porém, o MST atribui a “fontes” que não revela a informação de que a terra seria ociosa.

Ainda de acordo com o MST, as terras seriam públicas e teriam sido apropriadas ilegalmente. “Os engenhos ocupados pelos Sem Terra também são terras devolutas (públicas), pertencentes ao governo de Pernambuco, que foram griladas pela usina”, afirma o movimento em nota.

O Abril Vermelho é uma tradição do MST e marca a data do massacre de Eldorado do Carajás (PA), quando 19 sem terra foram mortos pela polícia em abril de 1996.

Neste ano, o movimento promete “a retomada massiva das ocupações de terras, após o período mais severo da pandemia da Covid-19, em que teve como prioridade zelar pela vida das famílias”, diz.

Em reação ao “Abril Vermelho”, a bancada do agronegócio lançou a “Semana de combate à invasão de propriedade rural”. “A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) tem denunciado invasões de propriedades rurais e trabalhado em soluções para punir criminosos. A bancada tem defendido a atuação firme das autoridades competentes para coibir as ocupações e garantir a segurança do campo brasileiro”, publicou o grupo nas redes sociais.

A ofensiva do MST marca ainda um nova etapa de ações do movimento no no novo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), aliado histórico do grupo.