Nicolás Maduro acusa os EUA de serem uma “ameaça direta” à Venezuela
Presidente venezuelano acusa Washington de preparar uma invasão

Nicolás Maduro voltou a elevar o tom contra Washington e acusou os EUA de serem uma “ameaça direta” à Venezuela. Em um discurso transmitido pela TV estatal, o ditador afirmou que o país “quer paz”, mas enfrenta o que classificou como uma “tentativa de invasão militar” disfarçada de operação antidrogas.
Segundo Maduro, os Estados Unidos estariam promovendo um “cerco militar” na região do Caribe, com o envio de navios de guerra e a realização de ataques a embarcações venezuelanas. De acordo com ele, as ações resultaram na morte de 37 pessoas nas últimas semanas. “Querem roubar o petróleo da Venezuela”, disparou.
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Em tom irônico, o líder chavista também enviou um recado aos trabalhadores americanos, em um inglês “tarzaneado”, como ele mesmo descreveu: “Yes peace, yes peace… ¡No crazy war!” (“Sim, paz… Não à guerra louca!”).
Ministro da Defesa reforça acusação contra os EUA
O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, afirmou nesta quinta-feira (23) que a CIA já está atuando dentro do território venezuelano. Durante exercícios militares na costa, Padrino declarou que “sabemos que a CIA está presente, não somente na Venezuela, mas em todas as partes do mundo onde há uma embaixada dos Estados Unidos”.
O general acrescentou que o regime de Nicolás Maduro “mantém o controle” sobre a situação, mesmo diante do que chama de “operações encobertas” conduzidas por Washington. “Podem infiltrar quantos agentes quiserem da CIA, e qualquer tentativa fracassará”, afirmou.
EUA mobilizam porta-aviões no Caribe
Nesta sexta-feira (24), o Pentágono confirmou o envio do porta-aviões USS Gerald Ford, o maior da frota americana, para a região do Caribe, próximo à costa venezuelana. Segundo o Departamento de Defesa, a medida tem como objetivo “apoiar a diretriz do presidente de desmantelar organizações criminosas transnacionais”.
O secretário de Guerra, Pete Hegseth, afirmou que a operação busca reforçar a capacidade dos EUA de “detectar, monitorar e desarticular atividades ilícitas que ameaçam a segurança e a prosperidade do país”.
Nos últimos dias, o governo americano destruiu dez embarcações suspeitas de tráfico de drogas em águas próximas à Venezuela e à Colômbia, resultando em dezenas de mortes. Washington alega que se trata de uma ofensiva contra o narcotráfico, mas Caracas denuncia uma “ameaça direta à soberania nacional”.
Enquanto isso, o regime chavista afirma que suas Forças Armadas seguem em estado de alerta e realizando exercícios “para alcançar o ponto ótimo de prontidão” diante de qualquer tentativa de agressão estrangeira.