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No caso Evaldo, Justiça condena 8 militares pelos homicídios de músico e catador no Rio

Dois anos e meio depois, a Justiça Militar condenou oito militares pelos homicídios do músico Evaldo Rosa…

Dois anos e meio depois, a Justiça Militar condenou oito militares pelos homicídios do músico Evaldo Rosa dos Santos, 46, e do catador de recicláveis Luciano Macedo, fuzilados em uma ação do Exército em 7 de abril de 2019 em Guadalupe, na zona oeste do Rio de Janeiro.

Por três votos contra dois, o conselho que julgou o caso, formado por uma juíza federal e quatro juízes militares sorteados, determinou 28 anos de prisão para sete acusados pelos dois homicídios qualificados e pela tentativa de homicídio do sogro do músico, Sérgio de Araújo, que ficou ferido na ocasião.

O tenente Ítalo da Silva Nunes foi o único que recebeu uma pena maior, de 31 anos e seis meses, por ser o oficial responsável pelo grupo, por ter sido o primeiro a atirar sem se certificar de que a tropa sofria ameaça ou agressão e por ter feito o maior número de disparos. Todos aguardavam o processo em liberdade.

Inicialmente, haviam sido denunciados 12 militares que participaram da ação, mas o Ministério Público Militar pediu a absolvição de quatro deles por não haver provas de que tenham efetuado disparos naquela tarde. Também entendeu que não houve o crime de omissão de socorro, incluído anteriormente. A Justiça absolveu os quatro militares.

O julgamento, que já havia sido adiado duas vezes a pedido da defesa e mais duas por conta da pandemia de Covid-19, se estendeu das 9h até o início da madrugada desta quinta (14) na Ilha do Governador, na zona norte carioca. A viúva de Evaldo, Luciana Nogueira, chegou a passar mal quando os militares entraram na sessão.

“Eles não têm noção de como estão trazendo uma paz para a minha alma. Eu sei que não vai trazer o meu esposo de volta, mas não seria justo eu sair daqui sem uma resposta positiva”, disse Luciana após o julgamento.