Pai de santo primo de Daniel Vorcaro é preso após denúncias de abusos e tortura
Henrique Vorcaro Garcia foi afastado do terreiro em Belo Horizonte

O pai de santo primo de Daniel Vorcaro foi preso após graves denúncias de abusos e tortura, segundo decisão da Justiça de Minas Gerais. As medidas cautelares foram impostas depois que várias mulheres relataram violência sexual, agressões durante rituais, ameaças e intimidações dentro do Terreiro de Umbanda Omolokô Ilê Axé Guian, em Belo Horizonte. Conforme publicado pelo G1, o caso segue sob sigilo.
- PF prende Daniel Vorcaro, dono do Banco Master; banqueiro foi detido no aeroporto de Guarulhos
De acordo com a Justiça, Henrique Vorcaro Garcia — que também é policial civil — e sua auxiliar, Flávia Miriam Lima, foram afastados de todas as atividades no terreiro e permanecem presos. Testemunhas afirmam que os crimes ocorreram durante supostos rituais de “limpeza energética”, nos quais vítimas teriam sido submetidas a toques íntimos e relações sexuais forçadas.
Uma das vítimas contou ter sofrido queimaduras graves após ter álcool jogado sobre o corpo e, em seguida, fogo aceso durante um ritual. Outras relataram humilhações públicas, cobranças financeiras abusivas e ameaças de morte após deixarem o terreiro. Depoimentos ainda citaram o uso ostensivo de arma de fogo para intimidar frequentadores.
- Pai de santo de Anitta, Sérgio Pina vai a ato pró-anistia e posa com Michelle Bolsonaro
Entre as medidas cautelares impostas estão: afastamento dos investigados das funções religiosas; suspensão do porte de arma; proibição de contato com vítimas e testemunhas e cumprimento de buscas e apreensões nos locais relacionados ao caso.
A defesa afirma que as medidas são ilegais, que não teve acesso completo ao processo e questiona a origem das denúncias. Diz ainda que seguirá atuando para “provar a lisura dos sacerdotes”.
O Tribunal de Justiça manteve todas as medidas, apontando indícios robustos dos crimes e risco à integridade das vítimas. Henrique Vorcaro Garcia chegou a ser preso preventivamente em novembro, segundo boletins anexados ao processo.
A investigação continua, e os acusados seguem proibidos de retomar qualquer atividade no terreiro.
- Adolescente denuncia assédio de pai de santo, em Anápolis: “queria me fazer mãe pequena”
*Com informações do G1