Perfil: saiba quem é o ministro Luiz Fux
Magistrado foi indicado por Dilma ao STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, que defendeu a nulidade do processo que julga a trama golpista na Corte, nesta quarta-feira (10), é defendido nas redes sociais como o único juiz de carreira do STF – o que não é verdade, por ser o caso de Flávio Dino. Com 72 anos, ele nasceu em 26 de abril de 1953, no Rio de Janeiro. Casado com Eliane Fux, o magistrado é pai da desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRF), Marianna Fux, e também do advogado Rodrigo Fux. O jurista se formou em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (Uerj) em 1976, mesmo local onde fez o doutorado em Direito Processual Civil em 2009. Sobre a magistratura, ele ingressou em 1982, também no RJ, após passar em primeiro lugar no concurso público.
A trajetória de Fux ainda inclui uma nomeação, em 2001, no Superior Tribunal de Justiça (STJ) pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Ao STF, ele chegou em 2011, indicado pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Inclusive, para chegar ao STF buscou apoio de nomes como Delfim Netto, Antônio Palocci, João Pedro Stedile, do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), o então governador Sérgio Cabral (RJ) e empresários da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo). José Dirceu também foi procurado, conforme coluna de Mônica Bérgamo, em 2012. Ele teria prometido uma absolvição no caso do mensalão, o que o ministro negou. Destaca-se que, neste processo, como na Lava Jato – e diferente da trama golpista – Luiz Fux teve uma postura punitivista no julgamento.
O ministro já foi presidente do Supremo, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e também do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Autor de vários livros, o magistrado ainda é professor titular e chefe do Departamento de Direito Processual da Uerj, tendo coordenado, em 2009, a uma comissão de juristas que atuou no anteprojeto do novo Código de Processo Civil.
Recebeu críticas quando, em 2016, articulou para levar a filha Marianna Fux, então com 35 anos, ao cargo de desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Na gestão Bolsonaro (PL), manteve bom diálogo, tendo recebido, em 2020, a condecoração da Ordem de Rio Branco em seu mais alto nível: grau de Grã-Cruz. Em 2021, contudo, se posicionou de forma crítica aos ataques e ameaças do ex-presidente e apoiadores ao Supremo.
Diferente de outros colegas, conseguiu se livrar da suspensão do visto de entrada nos Estados Unidos ao divergir dos demais ministros da Primeira Turma em vários pontos acerca do recebimento da denúncia contra a trama golpista. Sua posição garantiu a simpatia de bolsonaristas.