Polícia encontra produtos vencidos em local onde foi feito bolo que matou 3 no RS
Um dos itens tinha data de validade expirada há um ano; duas pessoas continuam internadas

MACEIÓ (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil do Rio Grande do Sul encontrou produtos vencidos em Arroio do Sal (RS), local em que foi confeccionado o bolo que até agora provocou três mortes. Duas pessoas seguem internadas, estáveis, em monitoramento. A família fez a refeição em Torres (RS).
Maida Berenice Flores da Silva, 58, Tatiana Denize Silva dos Santos, 43, e Neuza Denize Silva dos Anjos, 65, faleceram. A mulher que preparou o bolo e uma criança de dez anos são as hospitalizadas.
“Tinha, sim, alguns produtos vencidos. A partir do momento que tem dois, três produtos vencidos, eu entendo que isso é muita coisa. Encontramos um item que estava vencido havia um ano”, afirmou o delegado Marcos Veloso à Folha.
Segundo ele, também será solicitada a exumação do corpo do ex-marido da mulher que confeccionou o bolo. Ele faleceu em setembro deste ano por intoxicação alimentar.
“Estamos fazendo o pedido”, iniciou. “Nós estamos investigando o fato e entendendo todo esse contexto, mas a gente não tem uma prova pericial ainda. Temos as informações por meio de depoimento, como a de que a única a comer dois pedaços foi a própria mulher que fez o bolo.”
De acordo com o Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, onde as vítimas foram atendidas, as cinco pessoas chegaram à unidade por volta de 1h. Todas, segundo a equipe médica, apresentavam sintomas como vômito e diarreia intensos.
“Uma das pacientes chegou no hospital já em parada cardiorrespiratória, evoluindo para óbito logo em seguida. Uma segunda paciente chegou em estado grave (choque hipovolêmico), evoluindo rapidamente para parada cardiorrespiratória, sendo constatado o óbito pela equipe médica por volta das 6h”, informou o hospital.
O IGP (Instituto-Geral de Perícias) disse que os corpos já foram submetidos a necropsia e que as amostras biológicas estão sendo encaminhadas ao laboratório de toxicologia do IGP. Os alimentos encontrados na residência também estão sendo analisados e serão enviados ao laboratório de química forense para investigação.
“Os exames estão sendo conduzidos com base em protocolos utilizados em casos complexos que envolvem mortes. Essa metodologia inclui a realização de testes abrangentes para identificar possíveis substâncias envolvidas”, declarou o órgão, em nota.
Ainda não há data para a entrega dos resultados. O IGP também não recebeu oficialmente o pedido de exumação do corpo do ex-marido.