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Polícia prende quadrilha que chantageava clientes de motéis e cobrava para não expor traições

Grupo exigia Pix que chegavam a R$ 15 mil para não divulgar fotos e vídeos

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu uma quadrilha que chantageava clientes de motéis e cobrava para não expor traições, desarticulando um esquema de extorsão que atuava em Porto Alegre e na Região Metropolitana. A ação foi realizada nesta terça-feira (26) por meio da Operação Segredo de Alcova, conduzida pela Delegacia de Repressão aos Crimes Patrimoniais Eletrônicos do Departamento Estadual de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCPE/Dercc), e resultou na prisão de cinco suspeitos, além da apreensão de documentos e celulares usados no golpe.

Como funcionava o esquema

Segundo a investigação, a quadrilha agia de forma estruturada. Os criminosos fotografavam e gravavam veículos, principalmente os de luxo, na entrada e saída de motéis. Em seguida, obtinham dados pessoais das vítimas por meio de aplicativos e técnicas de engenharia social.

Após coletar as informações, os golpistas se passavam por detetives particulares, alegando que haviam sido contratados pelos cônjuges das vítimas para investigar supostas infidelidades. A partir daí, exigiam pagamentos via Pix que chegavam a R$ 15 mil para não divulgar fotos e vídeos comprometedoras. O valor total exigido do grupo ultrapassava R$ 21 mil, mas a polícia apurou que R$ 10 mil chegaram a ser pagos.

Prisões e antecedentes

A operação cumpriu cinco mandados de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão nas cidades de Eldorado do Sul e Charqueadas. Entre os detidos estão uma mulher de 27 anos, responsável por registrar as imagens e contatar as vítimas, e quatro homens, todos com histórico criminal, incluindo homicídio, roubo, extorsão e estelionato, alguns dos quais já haviam cumprido pena em unidades prisionais.

Divisão de funções da quadrilha

A investigação revelou que o grupo tinha funções bem definidas:

  • Uma operadora externa, que fazia as fotos e entrava em contato com as vítimas;
  • Um coordenador técnico dentro do sistema prisional;
  • Três detentos responsáveis pelas extorsões.

Até o momento, dez vítimas registraram ocorrência, e o trabalho de inteligência da Polícia Civil foi fundamental para desarticular a associação criminosa, impedindo que mais pessoas fossem chantageadas.