Presidente do Itaú diz que falha nos sistemas foi pontual e pede desculpas aos clientes
Milton Maluhy disse que programa interno causou problema

Falha nos sistemas do Itaú! O presidente do Itaú, Milton Maluhy, disse que o problema com o aplicativo e site do banco, que ficaram fora do ar durante a maior parte de segunda-feira, quinto dia útil do mês, quando vencem a maior parte das contas, foi pontual e causado por falha de uma aplicação interna.
Maluhy afirmou que as equipes de tecnologia foram mobilizadas imediatamente, mas a volta à normalidade tomou mais tempo que se imaginava. Ele pediu desculpas aos clientes, mas observou que eventos como esse acontecem.
— Foi um evento pontual com uma aplicação interna, que degradou todo o ambiente. A gente sai chateado e pede desculpas aos clientes, mas eventos acontecem. Tiramos a lição para que isso não se repita novamente. Foi algo indesejado, mas muito específico e interno — declarou Maluhy durante apresentação de resultados do banco no segundo trimestre, nesta terça-feira.
Maluhy não deu mais detalhes do problema. Em nota, o Itaú negou que tenha sido vítima de um ataque hacker, como se especulou no mercado por conta da demora na volta dos sistemas.
Lucro bilionário: R$ 8,7 bilhões no segundo tri
O Itaú teve um lucro de R$ 8,7 bilhões entre abril e junho, crescimento de 13,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Boa parte do lucro, veio da margem com clientes. A carteira de crédito do banco cresceu em quase todos os segmentos. O Bradesco, segundo maior banco privado do país, teve lucro de R$ 4,5 bilhões no mesmo período.
O Itaú manteve sua previsão de crescimento da carteira de crédito para este ano, com estimativa entre 6,9% e 9,0. O presidente do Itaú afirmou que a torneira do crédito nunca ficou fechada, mas ponderou que o país veio de um ciclo de ajuste de dois anos, com a pandemia e o lock down (fechamento da economia), e depois houve a retomada do consumo mais forte, provocando endividamento das famílias. O processo inflacionário impactou grande parte da população, o que gerou inadimplência.
— Fizemos uma gestão de risco diante desse ciclo. Tivemos segmentos em segmentos menos voláteis menos crescimento em a´reas mais suscetíveis. mas nos últimos cinco anos a carteira de crédito apresentou crescimento em pessoa física e jurídica — garantiu.
Sinais positivos na economia
Maluhy afirmou que os sinais econômicos de curto prazo são benignos, como queda de juros, aprovação do arcabouço fiscal, que ajuda a ancorar as expectativas do mercado. mas lembrou que o país ainda está numa ‘maratona’.
— Os sinais de curto prazo são benignos e o país vai na direção correta. O equilíbrio social e fiscal é essencial. No segundo semestre, ainda temos o efeito do juro alto e a a atividade econômica deve arrefecer — disse.
Mas ele elogiou a atuação do Banco Central e do o Ministério da Fazenda, afirmando que ambos estão na direção correta. Maluhy disse que a aprovação do arcabouço fiscal reduz o risco de desancoragem das expectativas, mas a política fiscal ainda precisa ser executada. E elogiou a a atuação do BC, dizendo que ele foi habilidoso ao iniciar o ciclo de alta de juros para conter a inflação, antes dos demais países.
— E entre os G-20 (grupo de 20 países mais ricos do mundo) agora somos os primeiros a começar a reduzir. BC teve visão de longo prazo — disse.
Para Maluhy, o mercado de capitais deve apresentar melhora no segundo semestre. Ele disse que, por enquanto, as companhias apenas fizeram follow ons (oferta de ações de empresas que já têm capital aberto).
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