Produtos não cultivados nos EUA, como café e manga, poderão ter tarifa zero, diz secretário de Comércio
Howard Lutnick afirma sobretaxa sobre Brasil e outros países estará pronta até sexta (1º)

SÃO PAULO (FOLHAPRESS) – O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, afirmou nesta terça-feira (29) que produtos que não são produzidos internamente pelos EUA podem receber uma tarifa zero, mencionando manga, cacau, café e abacaxi.
“Os Estados Unidos não produzem esses produtos. Então, poderiam entrar com tarifa zero”, afirmou em entrevista à emissora de televisão CNBC Internacional. A coluna Vaivém das Commodities, de Mauro Zafalon, antecipou que, segundo analistas do agronegócio, o USTR (Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos) elaborou uma lista de produtos os quais o país não consegue produzir localmente e que pesam na alimentação americana.
Entre esses produtos estão café, frutas tropicais, frutos do mar, suco e óleo de palma. As negociações, de acordo com esses analistas, seriam feitas com tarifas diversificadas em relação ao limite imposto aos países.
Mais cedo, Lutnick já havia dito que o presidente do país, Donald Trump, tomará suas decisões sobre acordos comerciais nesta semana, mesmo que as negociações separadas com a China e a União Europeia continuem.
“Para o resto do mundo, teremos tudo pronto até sexta-feira”, disse o secretário. Entre os países ameaçados de sobretaxa está o Brasil, que deve ter os produtos enfrentando uma tarifa de 50% a partir de sexta-feira (1º).
As autoridades dos EUA e da União Europeia ainda estão discutindo as tarifas de aço e alumínio, bem como as regulamentações de serviços digitais, seguindo a estrutura de um acordo entre as partes anunciado no domingo, disse Lutnick em entrevista à CNBC, acrescentando que as negociações com a China também são “algo próprio”.
Perguntado sobre as incertezas remanescentes em torno do acordo entre os EUA e a UE, Lutnick disse que Trump está trabalhando “para fazer as coisas agora”
Ele disse que os produtos farmacêuticos foram uma parte fundamental do acordo com a UE, de modo que os medicamentos fabricados nos países europeus —que abrigam vários dos principais fabricantes de medicamentos— teriam seus produtos incluídos na tarifa de 15%.
“Era importante para eles que os produtos farmacêuticos fizessem parte do acordo com 15%, porque o presidente Trump apresentará nas próximas duas semanas sua política farmacêutica, e ela será mais alta”, disse ele.
Com informações da Reuters.
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