elogios

Senador bolsonarista celebra Oscar de ‘Ainda estou aqui’: ‘O Brasil é um só’

Carlos Portinho, do Rio, disse que cultura é uma 'política de Estado e não deve ter lado'

Em uma ação diferente de outros políticos próximos a Jair Bolsonaro, o senador Carlos Portinho (PL-RJ) celebrou o primeiro Oscar brasileiro conquistado neste domingo pelo filme “Ainda estou aqui”. Em uma publicação na rede X, o senador afirmou que “O Brasil é um só” e que o prêmio deve ser comemorado.

Vale lembrar que, em novembro, perfis de direita tentaram boicotar o longa nacional nos cinemas. Contudo, o boicote fracassou e “Ainda estou aqui” se consolidou um sucesso de bilheteria no Brasil e no exterior.

Ainda na publicação, Carlos Portinho disse ter sido autor de uma emenda para reduzir impostos para o setor de Cultura. “Minha vida e a história da minha família estão intimamente ligadas ao setor por décadas. A cultura é uma política de Estado e não deve ter lado, sendo a Identidade da nossa nação. Não pertence a um grupo político. Não queiram se apropriar”, publicou o parlamentar, que concluiu: “Deixemos a política para os políticos e o prêmio do Cinema vai para a nossa cultura e os seus personagens!!!”.

Em entrevista na semana passada ao jornalista Leo Dias, o ex-presidente Jair Bolsonaro criticou o filme “Ainda Estou Aqui”, fez ataques sem provas a Rubens Paiva, político cassado e desaparecido na ditadura militar. “O filme tinha que começar comigo”, ironizou.

Na última sexta-feira, o jornal Los Angeles Times elogiou o filme de Walter Salles citando o nome do ex-presidente. “O fato de um filme como ‘Ainda Estou Aqui’ emergir do outro lado da presidência repressiva de Jair Bolsonaro e ser abraçado tanto no país quanto no exterior (é o filme de maior bilheteria do Brasil desde a pandemia) é uma prova da mão segura de direção de Salles que trata o assunto delicado com a seriedade que merece, ao mesmo tempo que destaca a humanidade em vez da brutalidade. Há uma elegância impressionante em suas imagens na forma como nos aproximam das pessoas, não dos horrores”, afirma a crítica.