FOI DELETADA

Sindicato repudia postagem do governo federal do Dia do Agricultor com homem armado

O Sindicato Nacional dos Peritos Federais Agrários (SindPFA) se manifestou contra a postagem publicada pela…

O Sindicato Nacional dos Peritos Federais Agrários (SindPFA) se manifestou contra a postagem publicada pela comunicação da presidência da República em homenagem ao Dia do Agricultor. A foto mostrava a silhueta de homem carregando uma arma. “Isso, definitivamente, não é o que define um agricultor”, escreveu o SindPFA.

A imagem já foi retirada do Twitter do perfil e substituída por outra, mas rendeu críticas pelas redes sociais. Ainda segundo o sindicato, a manifestação “é uma demonstração indigna de quem tomou o lado do escravagista, do jagunço, do capitão do mato, do grileiro e do desmatador, que ignora a realidade de um país que ainda não se reconciliou com seu passado, marcado pela destinação da terra a endinheirados, marginalizando a população”.

A foto apagada tinha como legenda: “Hoje homenageamos os agricultores brasileiros, trabalhadores que não pararam durante a crise da Covid-19 e garantiram a comida na mesa de milhões de pessoas no Brasil e ao redor do mundo.”

Postagem deletada (Foto: Reprodução)

Já a nova: “O Governo do Brasil trabalha para que os agricultores possam trabalhar em paz: Segurança: invasões de terras em baixa histórica. Recursos: Plano Safra 2021/2022, R$ 251 bilhões. Segurnaça Jurídico: 158 mil títulos de terra para assentados da Reforma Agrária.”

Nota na íntegra do sindicato:

“O Sindicato Nacional dos Peritos Federais Agrários (SindPFA) manifesta veemente repúdio à forma com que o governo federal resolveu celebrar, nesta quarta-feira, 28 de julho, o Dia do Agricultor.

A Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República publicou em suas redes uma imagem que é vendida em bancos de imagem com a seguinte descrição “Silhueta de caçador carregando espingarda no ombro e observando”. Isso, definitivamente, não é o que define um agricultor.

A manifestação é uma demonstração indigna de quem tomou o lado do escravagista, do jagunço, do capitão do mato, do grileiro e do desmatador, que ignora a realidade de um país que ainda não se reconciliou com seu passado, marcado pela destinação da terra a endinheirados, marginalizando a população.

É mais uma prova do desprezo sistemático por políticas afirmativas como a reforma agrária, não obstante os sérios problemas ainda enfrentados na democratização do acesso à terra, na preservação de recursos naturais e de trabalho escravo.

É, sobretudo, um escárnio para com as muitas famílias e vítimas da violência no campo, como as do massacre de Eldorado dos Carajás, que completou 25 anos recentemente.

Nosso reconhecimento aos verdadeiros agricultores, homens e mulheres que se dedicam ao cultivo da terra e que – com ferramentas de trabalho, e não armas de fogo – levam às nossas mesas o alimento de cada dia.”