Tarifaço de Trump: governadores vão se reunir com governo Lula
Governadores pediram ao vice-presidente Geraldo Alckmin para participar das discussões que envolvem o tarifaço de Trump

(Com informações de O Globo) O Fórum dos Governadores solicitou reunião com o governo federal para discutir quais devem ser as reações ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos, que entra em vigor em 1º de agosto. A data do encontro ainda será marcada.
O anúncio foi feito pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB-DF), após reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin na manhã desta segunda-feira.
— A reunião foi bastante produtiva, Alckmin nos colocou a par do que estão fazendo dessa questão das tarifas e trouxe para ele o convite do nosso fórum dos governadores, todos os governadores estão muito preocupados, alguns vão perder mais, alguns vão perder menos, mas acho que temos condição de fazer um diálogo com todos, unindo toda classe política brasileira em torno desse problema, que é nacional — disse Ibaneis na saída da reunião.
Segundo o governador, o vice-presidente recebeu bem o convite, e que o encontro deve ser marcado “o quanto antes”. Ibaneis afirmou que os governadores não tratarão sobre o tema da anistia aos presos envolvidos no 8 de janeiro, como ponto de negociação para a retirada das tarifas de 50% sobre importação de produtos brasileiros.
— Não estamos tratando de anistia, sabemos que nessa questão da anistia você nunca vai conseguir juntar o pensamento de esquerda do que de direita. A nossa postura agora no fórum é tratar de tarifas, porque eu quero um tema que una […] essa matéria nunca foi tratada no fórum de governadores e espero que não venha a ser tratada.
Esta semana é decisiva para o governo brasileiro, já que as tarifas devem entrar em vigor nesta sexta-feira, e ainda não houve sinalização do governo americano de que a medida seja retirada. Em Nova York, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, acena a governo dos EUA que está disponível para falar sobre tarifas.
O chanceler de Lula viajou aos EUA para participar de reunião da ONU e espera um contato de Washington. Diante do impasse, a saída imediata tem sido a preparação de um plano de contingência para mitigar os impactos econômicos.
De acordo com auxiliares do presidente, esta semana deve ser dedicada a fechar este plano, embora não haja reuniões previstas para esta segunda-feira. Da mesma forma, não há planos do Palácio do Planalto em uma ligação direta entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump.
Apesar dos esforços diplomáticos e de uma conversa recente entre o vice-presidente Geraldo Alckmin e o secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, o governo brasileiro ainda não possui um diálogo aberto com a gestão Trump.
O que diz Caiado
O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) anunciou no dia 18 de julho, no Instagram, que vai abrir “uma linha de crédito com taxas inferiores às de mercado e a criação de um grupo de trabalho com representantes do governo e da iniciativa privada para avaliação de medidas adicionais que possam proteger a economia goiana”. A medida ocorre devido ao tarifaço de 50% aos produtos brasileiros anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a partir de 1º de agosto.
Vale destacar que Donald Trump revelou a intenção de sobretaxar o Brasil em carta aberta na última semana. Além disso, ele exigiu que acabasse o que chamou de “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), seu aliado ideológico. O governo federal tem mantido a posição de soberania e independência diante das chantagens do norte-americano.
Conforme informações do governo de Goiás, o pacote estadual vai incluir uma linha de crédito voltada a empresas goianas com alta exposição nas exportações aos Estados Unidos. O Estado explica, ainda, que as condições do crédito foram estruturadas a partir de um fundo de fomento baseado no crédito de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) de exportação, sem aporte direto de recursos públicos, com taxa de financiamento inferior a 10% ao ano (menor que linhas subsidiadas por programas federais). Como contrapartida, as empresas deverão manter os empregos.
O pacote estadual prevê, ainda, a criação de um fundo de garantia para pequenos e médios empresários. O intuito é alavancar a oferta de crédito por parte da iniciativa privada.
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