ATAQUE

Tubarão morde mulher de 79 anos no litoral norte de SP

Uma idosa de 79 anos foi atacada nesta semana por um tubarão na Praia Grande,…

Uma idosa de 79 anos foi atacada nesta semana por um tubarão na Praia Grande, em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Este é o segundo caso confirmado em menos de um mês. No feriado de Finados, um turista francês de 39 anos foi mordido na perna direita na Praia do Lamberto, também localizada no município.

A confirmação foi feita após um estudo técnico das imagens realizado pelo biólogo e especialista em tubarões Otto Bismarck Fazzano Gadig, professor doutor da Unesp (Universidade Estadual Paulista). Pela análise da mordedura, o animal era um tubarão-tigre ou cabeça-chata, de porte médio ou grande.

A vítima é de Piranguinho, no interior de Minas Gerais. Ela se banhava no local, um dos destinos mais procurados por turistas, e foi ferida na perna esquerda. Segundo a prefeitura, ela foi socorrida e precisou ser levada às pressas para a Santa Casa de Ubatuba.

A lesão, de acordo com o laudo da Unesp, tem “forma de C invertido” e resultou na “exposição da musculatura da panturrilha”, além de ter provocado pequenas lesões em vasos da perna. O mesmo ainda diz que o corte de aproximadamente 25 centímetros é superficial, uma vez que a ação do animal não foi completa.

“O agente causador do trauma foi uma espécie de tubarão de médio a grande porte, com cabeça arredondada, focinho curto”, relatou.

O laudo também foi encaminhado ao Instituto Argonauta, responsável pelo monitoramento das praias da região. Em 32 anos, estes são os primeiros relatos envolvendo tubarões no litoral norte.

“Foram casos isolados e tubarões diferentes. Há relações pouco prudentes dos ataques com as alterações climáticas. É muito cedo para falar isso”, disse à Folha Hugo Gallo Neto, presidente do Instituto e diretor do Aquário de Ubatuba.

“Em outubro, tivemos 23 dias de chuva. Isso traz mais nutrientes para as águas e alimenta uma cadeia maior de peixes. Atraindo os peixes, os tubarões que já frequentam a região se encontram com banhistas. O ser humano não é parte da dieta do tubarão”, completou.

Hugo Gallo diz que as chances ainda são mínimas do fato se repetir e que, por ora, os casos ainda não geram maior preocupação. “Por enquanto, tratamos como um fenômeno. Ainda não há um padrão como em Recife.”

A menção à capital pernambucana se dá pelo fato de serem recorrentes registros de ataques de tubarões. Em julho, dois deles aconteceram na praia de Piedade, de Jaboatão dos Guararapes, local com grande número de incidências. Neste ano, um homem de 51 anos morreu no mesmo local.

No relatório do Argonauta, há ainda a explicação de que “a probabilidade de uma pessoa ser picada por uma cobra ao fazer uma trilha em nossa região, sofrer um acidente de carro, moto ou bicicleta ainda é infinitamente maior do que sofrer uma mordida de tubarão no mar”.

O caso envolvendo o turista francês ocorreu enquanto o mesmo estava nadando no mar. Ele percebeu a presença de um cardume de peixes e, logo depois, sentiu a mordida do tubarão. O relatório ainda diz que há “presença muito maior de baleias”, provavelmente influenciadas por oferta de alimentos da espécie.

O instituto indica medidas para evitar problemas futuros como “ficar sempre em grupo”, apontando que os ataques ocorrem preferencialmente a banhistas solitários, não avançar para águas profundas, não entrar na água se estiver sangrando, não utilizar joias brilhantes e evitar nadar de manhã cedo ou no final da tarde quando os animais estão mais ativos.