Vacinação continua na fase adulta; saiba quais imunizantes tomar
Cartão vacinal deve ser revisado antes de viajar ou das férias no final do ano

Com a chegada do verão, período marcado por maior circulação de pessoas, chuvas frequentes e aumento das viagens, cresce também o risco de doenças infecciosas, como hepatite A, dengue e febre amarela. Por isso, especialistas reforçam a importância de a vacinação continuar na fase adulta e orientam que homens e mulheres confiram a carteira vacinal antes de viajar ou iniciar as férias.
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A maioria dessas enfermidades pode ser prevenida com imunizantes, mas muitos adultos acabam deixando as doses em atraso ao longo dos anos. Além das vacinas oferecidas gratuitamente na rede pública, há imunizantes que não fazem parte do calendário básico para adultos, mas que podem ser disponibilizados sem custo em situações específicas.
É o caso dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIEs), que atendem pessoas com maior risco de desenvolver complicações. Pacientes que vivem com HIV, pessoas em tratamento contra câncer, transplantados e outros grupos específicos têm direito a vacinas fora do calendário regular, como as meningocócicas e pneumocócicas, mediante indicação médica.
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Vacinação: saiba quais vacinas os adultos precisam tomar
Hepatite A e B
A vacina contra hepatite A é a principal forma de prevenção. Na rede privada, pode ser aplicada em qualquer pessoa a partir dos 12 meses que ainda não tenha sido imunizada. No SUS, integra o calendário infantil, com dose aos 15 meses, podendo ser aplicada dos 12 meses até 4 anos, 11 meses e 29 dias.
A hepatite B também é prevenível por vacina, oferecida gratuitamente no SUS para qualquer pessoa não vacinada. Em adultos que não receberam na infância, o esquema é de três doses. Na rede privada, as vacinas podem custar cerca de R$ 330 (valores aproximados, variáveis conforme cidade, laboratório e clínica).
Tétano, difteria e coqueluche
A vacina dupla adulto (dT) deve ser reforçada a cada 10 anos, ou a cada 5 anos em caso de ferimentos graves. O cuidado é essencial porque o risco de exposição ao tétano aumenta com a idade, especialmente após os 60 anos, explica a infectologista Rosana Richtmann, do Instituto Emílio Ribas e diretora do Comitê de Imunização da SBI.
Há também a dTpa, que inclui proteção contra coqueluche. A doença é mais frequente no verão e, em adultos, costuma causar tosse intensa e prolongada. O reforço é especialmente indicado para quem convive com bebês, grupos vulneráveis ou atua na área da saúde, segundo Maria Isabel de Moraes Pinto, infectologista do Delboni.
Na rede privada, há diferentes combinações:
- DTPa + IPV (difteria, tétano, coqueluche e poliomielite): R$ 270
- DTPa + Polio + Hib (pentavalente): R$ 292
- DTPa: R$ 260
- Hexavalente (DTPa + IPV + Hib + hepatite B): R$ 344
A dTpa é ofertada pelo PNI desde 2014 para gestantes, puérperas até 45 dias (quando não vacinadas na gestação), parteiras tradicionais e profissionais/estagiários da saúde em maternidades e unidades neonatais.
Influenza (gripe)
A vacina deve ser aplicada anualmente, pois o vírus sofre mutações frequentes. No SUS, é destinada a grupos prioritários, como idosos, crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes, puérperas, trabalhadores da saúde e da educação, povos indígenas e quilombolas, pessoas em situação de rua, forças de segurança, caminhoneiros, trabalhadores do transporte, pessoas privadas de liberdade, portuários, pessoas com deficiência permanente e com doenças crônicas ou condições especiais.
Na rede privada, é indicada para crianças a partir de 6 meses, adultos e idosos, por cerca de R$ 99.
Tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba)
A infectologista Maria Isabel de Moraes Pinto alerta para manter a vacinação em dia devido ao risco de reintrodução do sarampo, já que casos aumentaram no mundo. Pelo SUS, adultos até 59 anos devem ter registro: duas doses até 30 anos e uma dose entre 30 e 59 anos. Após os 60, não é aplicada rotineiramente. Na rede privada, pode custar até R$ 139.
Dengue
Com calor e chuva, a dengue é uma das maiores preocupações do verão. O SUS oferece a Qdenga (Takeda) para crianças de 10 a 14 anos. Na rede privada, está disponível para pessoas de 4 a 60 anos por R$ 448.
Para adultos, ainda não há oferta gratuita no SUS. O Ministério da Saúde anunciou que uma vacina de dose única do Instituto Butantan começará a ser aplicada até o fim de janeiro em profissionais da Atenção Primária à Saúde, com previsão de ampliação ao público geral, sem cronograma detalhado.
Herpes zoster
Causado pela reativação do vírus da catapora, pode provocar dor intensa e complicações como neuralgia pós-herpética. A vacina não está no SUS e é aplicada na rede privada em duas doses: R$ 889 a primeira ou R$ 1.689 o pacote. É indicada para maiores de 50 anos e para pessoas a partir de 18 anos com risco aumentado, como imunossuprimidos.
Meningite e pneumonia
Vacinas contra meningite não fazem parte da rotina adulta e são indicadas em situações de surto ou para grupos definidos pela vigilância. No SUS, são usadas apenas nesses casos; na rede privada, custam cerca de R$ 434.
A vacina pneumocócica é indicada a partir dos 60 anos, mas não está disponível no SUS para idosos saudáveis. Na rede privada, há versões:
- 13-valente: R$ 310
- 15-valente: R$ 330
- 20-valente: R$ 499
Vírus sincicial respiratório (VSR)
Há vacina na rede privada para maiores de 60 anos, gestantes e pessoas com comorbidades acima de 18 anos, com valores entre R$ 1.520 e R$ 1.690. No SUS, é oferecida para gestantes a partir da 28ª semana, com dose única a cada gestação.
Febre amarela
Essencial para quem vive no Brasil, país endêmico. Está disponível no SUS em dose única para adultos. Na rede privada, custa cerca de R$ 198. Pelo PNI, quem recebeu a primeira dose antes dos 5 anos deve tomar segunda dose; vacinados a partir dos 5 anos precisam de apenas uma dose ao longo da vida.
Covid-19
Disponível para crianças a partir de 6 meses, idosos, gestantes, pessoas com comorbidades ou deficiência permanente e demais grupos prioritários. Também é indicada para quem nunca se vacinou e faz parte do público-alvo.
HPV
Recomendada para adolescentes e adultos até 45 anos, protege contra o vírus associado a diversos cânceres (colo do útero, ânus, pênis, boca e garganta) e contra verrugas genitais. No Brasil, há as vacinas HPV4 (disponível no SUS para 9 a 14 anos) e HPV9, que protege contra mais subtipos. Na rede privada, a nonavalente custa cerca de R$ 940 (1ª dose), R$ 1.786 (duas doses) e R$ 2.679 (três doses).