além de goiás

Veja os doze estados que apresentam potencial para presença de terras raras no Brasil

Estudo foi feito pelo Serviço Geológico do Brasil

Um novo levantamento do Serviço Geológico do Brasil (SGB) revelou um dado estratégico: veja os doze estados que apresentam potencial para presença de terras raras no Brasil, incluindo Goiás, Minas Gerais, Bahia e Amazonas, entre outros. Esses locais concentram formações geológicas que podem conter depósitos importantes de terras raras, grupo de 17 elementos químicos essenciais para a produção de tecnologias avançadas, como turbinas eólicas, carros elétricos e equipamentos médicos.

Os 12 estados com potencial, segundo o SGB, são:

  • Goiás
  • Tocantins
  • Minas Gerais
  • Bahia
  • Paraná
  • São Paulo
  • Santa Catarina
  • Pará
  • Rondônia
  • Roraima
  • Amazonas
  • Piauí

A maior parte dos depósitos já identificados se concentra em regiões como Catalão (GO), Araxá (MG), Poços de Caldas (MG) e Seis Lagos (AM). Em Goiás, a cidade de Catalão se destaca como a única fora da Ásia que já produz comercialmente quatro elementos essenciais das terras raras, conforme mostrou reportagem recente do Mais Goiás.

Além disso, estudos no Piauí identificaram 39 novas ocorrências de fosfato, terras raras e urânio, o que pode reposicionar o Brasil como uma potência global no setor de minerais estratégicos.

Goiás no centro da geopolítica dos minerais

Goiás virou o centro das atenções internacionais com a corrida por terras raras, que tem movimentado Estados Unidos, China e Japão. O país asiático, inclusive, prepara uma missão ao estado para negociar o acesso a esses minerais críticos, considerados estratégicos para a transição energética e a indústria de alta tecnologia.

Enquanto isso, o governador Ronaldo Caiado já declarou que Goiás pretende liberar a industrialização de terras raras no Brasil, com o objetivo de atrair investimentos e agregar valor à cadeia produtiva, hoje ainda muito dependente da exportação de matéria-prima bruta.

Apesar do potencial, o país ainda enfrenta desafios: o Brasil tem cerca de 21 milhões de toneladas de reservas, segundo o Serviço Geológico dos EUA, ficando atrás apenas da China. No entanto, falta tecnologia de refino e industrialização. “A China domina toda a cadeia produtiva. É isso que falta ao Brasil”, afirmou o professor Fernando Landgraf, da USP.

Pressões externas e soberania

A importância estratégica das terras raras também colocou o Brasil no centro de pressões diplomáticas. Recentemente, a embaixada dos EUA manifestou interesse direto em acessar minerais brasileiros. A fala foi vista com ressalvas pelo presidente Lula, que respondeu com firmeza: Aqui ninguém põe a mão”.

A disputa internacional evidencia o valor desses minérios em áreas como defesa, energia limpa, semicondutores, inteligência artificial e mobilidade elétrica — e reforça a urgência de o Brasil deixar de ser apenas um exportador de insumos e se tornar também um produtor de alta tecnologia.