ECONOMIA

50% de tudo o que Goiás exporta vai para China, e ‘apenas’ 5% para os EUA

Entre janeiro e julho de 2025, 49,8% de tudo o que Goiás vendeu para outros países foi adquirido pela China

Ainda que o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil tenha penalizado de forma severa um grupo de exportadores de Goiás, a “boa notícia” é a de que “apenas” 5% de tudo o que o Estado vende para fora o país vai para os EUA. O grande parceiro comercial do setor produtivo goiano é de longe a China. Os chineses compraram 49,8% das mercadorias que Goiás mandou para além das fronteiras brasileiras.

A China é o primeiro lugar no ranking de países consumidores de produtos goianos e os Estados Unidos ficam na segunda colocação. O terceiro é o Irã, com participação de 2,4%; o quarto é a Tailândia, com participação de 2,2%; e o quinto é a Índia, com os mesmos 2,2%. Fecham as primeiras colocações o México, a Alemanha e a Polônia.

Os dados são da plataforma ComexStat, abastecida pelo Ministério da Indústia e Comércio. Essa mesma plataforma revela que Goiás é o terceiro estado que mais depende de exportações da China, atrás do Piauí (com 66%) e do Tocantins (com 62%). Ainda de acordo com o MIC, a exportação dos estados da região Centro-Oeste tem o maior valor em números absolutos, com US$ 18 bilhões entre janeiro e julho de 2025, sendo que 42% tudo isso vem da comercialização de soja.

No ano passado, o Brasil exportou $94.4 bilhões para a China (28% do total), o que a torna a maior parceira comercial do Brasil.

Fundo para setores afetados

No dia 5 de agosto, durante um evento que aconteceu na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, o governador Ronaldo Caiado anunciou a criação de um fundo de crédito para subsidiar os setores impactados pelo tarifaço de Trump.

“Esse fundo é algo moderno, mostra como podemos usar a criatividade sem R$ 1,00 do Tesouro, de dinheiro público. Usamos aquilo que os empresários têm de crédito das exportações e juntando com o mercado para atender o Estado de Goiás”, disse.

O governador explicou que a ideia é a de usar créditos de ICMS de exportadoras e conectar os empresários com o mercado. Aqueles que investem em Fiiagros, por exemplo, não pagam IR (Imposto de Renda) e complementam o fundo.

Segundo Caiado, o governo de Goiás quer manter no programa juros de, no máximo, 10% ao ano — ressaltando que a taxa é menor que a ofertada pelo BNDES e pelo Plano Safra.

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