CASO VALÉRIO LUIZ

“Abandonar o júri foi excesso de responsabilidade”, diz defesa de Maurício Sampaio

Em coletiva à imprensa, nesta segunda-feira (2), a defesa de Maurício Sampaio disse que não…

Em coletiva à imprensa, nesta segunda-feira (2), a defesa de Maurício Sampaio disse que não houve falta de responsabilidade ao deixar o julgamento do cliente, que é um dos acusados pela morte do radialista Valério Luiz. “Abandonar o júri foi excesso de responsabilidade”, declarou o advogado Luiz Carlos da Silva, que estava ao lado do colega, Bruno Martins.

Segundo eles, o juiz Lourival Machado da Costa não é “natural” (competente) para presidir o júri, uma vez que possui diferenças pessoais com Maurício. Ainda de acordo com eles, o júri também o é.

“A competência é 4º Tribunal do Júri, não deste”, declarou Luiz. A defesa afirma que o juiz substituto – pois o magistrado do 4º Tribunal desistiu, no passado – deve assumir a vara que está no processo, não podendo escolher os jurados. “Tudo que é de ilegalidade está sendo cometido por esse juiz. Então estamos fazendo tudo para a lei ser respeitada. Abandonar não foi ato de irresponsabilidade. Foi excesso de responsabilidade”, reforçou.

O abandono gerou o terceiro adiamento do julgamento. Por causa disso, os advogados de Sampaio foram multados, solidariamente, em R$ 121 mil – cem salários mínimos. Eles disseram, contudo, que não estão preocupados, pois estão lutando para cessar as irregularidades. “E vamos recorrer.”

A dupla também recorre contra o magistrado, a fim de torná-lo suspeito, nos tribunais superiores. O novo júri foi remarcado para o dia 13 de junho e, segundo o Ministério Público, a Defensoria Pública representará Sampaio, a fim de evitar novos adiamentos.

Relembre o caso Valério Luiz

O crime que vitimou Valério Luiz ocorreu em julho de 2012. Segundo o Ministério Público, o radialista foi morto em razão de críticas que teriam desagradado o empresário Maurício Sampaio, à época ligado à direção do Atlético Goianiense.

Os denunciados são: Ademá Figuerêdo Aguiar Filho, Djalma Gomes da Silva, Marcus Vinícius Pereira Xavier, Maurício Borges Sampaio e Urbano de Carvalho Malta.

O caso teve um novo adiamento em 14 de março após o defensor de Sampaio, Ney Moura Teles, renunciar a defesa. Ao Mais Goiás, ele afirmou que apresentou a renúncia em 3 de março por divergências com o cliente. Disse ser uma decisão prevista em lei, também.

À época, Valério filho disse renúncia foi protelatória e uma manobra – o que Ney negou. “É o que fizeram desde sempre. Tentam cavar nulidade, adiar… Mas deste vez, senti que tanto o juiz quanto o Ministério Público estão determinados que o júri ocorra com todos de uma vez só.”

Nesta segunda-feira, 2 de maio, quando deveria ocorrer o júri, os advogados deixaram o julgamento, alegando irregularidades com o juiz e o júri, que não seriam competentes para julgar Maurício. Eles foram multados em cem salários mínimos e, conforme o Ministério Público, a Defensoria Pública deverá assumir a defesa para evitar que a sessão de 13 de junho seja adiada.

Leia também no Mais Goiás 

“Situação horrível”, diz Valério Filho sobre 3º adiamento de Júri