Acidente de Marília pode fazer inquérito de maio contra empresa de táxi-aéreo ser prorrogado
"investigação segue para oitivas de testemunhas e requisição de outros documentos, relacionados ao acidente", diz procurador do Trabalho

O procurador do Trabalho Marcello Ribeiro Silva, à frente do inquérito contra a PEC Táxi Aéreo que apura suposto desrespeito à jornadas de trabalho e descanso de trabalhadores (empresa responsável pelo avião que caiu no interior de Minas Gerais e vitimou Marília Mendonça e outras quatro pessoas), disse que a investigação foi instaurada em maio de 2021 e tem um ano para finalizar. Contudo, ela pode ser prorrogada, uma vez que o acontecimento com a cantora é considerado um “acidente de trabalho” em relação ao piloto e o copiloto, e pode trazer novos elementos ao caso.
Ainda segundo ele, a denúncia não traz detalhes das horas que ultrapassam o permitido, e a investigação está em andamento. “A empresa, contudo, já negou todos os fatos narrados. Contudo, admitiu que houve alguns excessos relacionados ao transporte de passageiros com Covid no começo do ano, mas juntou portarias da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), que excepcionavam horas extras.”
Os documentos da empresa, explica o procurador, informam que os excessos foram justificados e devidamente remunerados. “A investigação, agora, prossegue para as oitivas de testemunhas e requisição de outros documentos, relacionados ao acidente.”
Questionado se o piloto e copiloto já estavam no inquérito, como trabalhadores que ultrapassaram a jornada permitida de trabalho, ele diz que ainda não tem essa informação.
Posição da empresa
Mais cedo, o Mais Goiás entrou em contato com a PEC por telefone. A empresa, contudo, disse que não teria ninguém para conversar com o portal e desligou em seguida.
No site da empresa consta uma nota oficial que lamenta a morte da cantora e demais tripulantes. Além disso, informa que o piloto e copiloto eram experientes e que as causas do acidente, ainda incertas, “serão devidamente apuradas pelas autoridades aeronáuticas”.
Acidente aéreo de Marília Mendonça
O acidente aeronáutico aconteceu por volta das 15h30, na Serra da Piedade, em Caratinga, a cerca de 300 quilômetros de Belo Horizonte. Foi o próprio Corpo de Bombeiros que confirmou a morte da artista, que tinha apenas 26 anos.
“O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais informa que nesta sexta (5), ocorreu a queda de uma aeronave de pequeno porte, modelo Beech Aircraft, na zona rural de Piedade de Caratinga. O CBMMG confirma que a aeronave transportava a cantora Marília Mendonça e que ela está entre as vítimas fatais”, diz a nota.
A aeronave onde estava a sertaneja era um modelo bimotor Beech Aircraft, da PEC Táxi Aéreo, prefixo PT-ONJ. Site da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) destaca que a empresa acumula três processos. Mesmo portal, entretanto, mostra que a aeronave estava em situação regular e contava com autorização para realizar táxi-aéreo.
Além de Marília, outras quatro pessoas morreram na queda. Foram eles: o tio e assessor da cantora, Abicieli Silveira Dias Filho, o produtor Henrique Bahia, além do piloto e copiloto da aeronave.