Acidente no Mutirama: Perícia mostra que defeito no eixo do Twister já havia sido detectado em 2011
Segundo delegado, há denúncia de que outros cinco brinquedos também estariam em situação igual, ou até pior, que a do aparelho que quebrou
“Um problema no eixo do Twister já havia sido identificado em 2011, e o brinquedo não poderia estar funcionando sem manutenção”. A afirmação foi feita pelo gerente do Instituto de Criminalística da Polícia Científica de Goiás, Rodrigo de Medeiros, que apresentou, nesta quarta-feira (26) à imprensa, a conclusão do laudo que investigou o acidente que deixou 13 pessoas feridas no último dia 26 de julho, no Parque Mutirama, em Goiânia.
De acordo com o gerente, em 2011 uma perícia mostrou que o eixo do Twister já não estava com força total, uma vez que apresentava uma trinca de 10,8 centímetros, o que, na visão dele, precisaria ter sido sanado de imediato, ou estar sendo acompanhado, no mínimo, a cada três meses. “Como essa manutenção não aconteceu, é fácil a gente concluir que esse grave acidente poderia sim, ter sido evitado”, afirmou.
Para o delegado Izaías de Araújo Pinheiro, titular do 1º Distrito policial, que é quem está investigando o acidente, a conclusão da perícia apenas confirma o que a polícia já suspeitava. “O mesmo engenheiro que assinou o laudo mostrando o problema em 2011 era quem continuava tomando conta dos brinquedos do parque até a data do acidente, e se ainda assim nada fez, não há dúvidas de que ele foi omisso”, declarou.
Além do engenheiro mecânico José Alfredo Rozendo, o delegado disse que irá indiciar por lesão corporal grave, com dolo eventual, o supervisor do Mutirama, Vanderlei Alves Siqueira, e o Secretário Municipal de Turismo, Alexandre Magalhães. Izaías Pinheiro disse ainda que recebeu informações de que pelo menos outros cinco brinquedos do Mutirama estão em situação igual, ou até pior, que a do Twister. “Vamos verificar isso a partir da próxima semana”, concluiu.
Dos 13 feridos no acidente no Mutirama, apenas uma mulher, que teve uma das pernas esmagada, continua internada no Hugo. Apesar de não correr risco de morte, ela já passou por cinco cirurgias, e não tem data prevista para deixar a unidade, uma vez que terá que se submeter a outros procedimentos.
Em nota, a Prefeitura de Goiânia, por meio da Agência de Turismo e Lazer, informou que vai aguardar o fim das investigações e a conclusão do inquérito para se pronunciar a respeito do teor do laudo pericial e que continua colaborando com as investigações e não se furtará a tomar todas as providências necessárias, inclusive para reabertura do parque e o amparo às vítimas.