FAZ SENTIDO?

Advogada acusada de tortura foi presidente da Comissão dos Direitos Humanos da OAB de Luziânia

Ela aparece em um vídeo agredindo um homem com um taco de beisebol

Tatiane Meireles, advogada presa na última sexta-feira (28) acusada de integrar grupo suspeito de um esquema de agiotagem, lavagem de dinheiro e extorsão em Luziânia, era presidente da Comissão dos Direitos Humanos da OAB de Luziânia. A informação foi divulgada pela TV Anhanguera. Ela aparece em um vídeo agredindo um homem com um taco de beisebol ao lado do marido, o também detido sargento da Polícia Militar (PM) de Goiás, Hebert Póvoa. 

Além de Hebert, os PMs José Ronan Ferreira Lustosa e Miguel Roberto Mendonça ajudavam nas cobranças. Os empresários que financiavam o esquema eram José Lindolfo Meirelles e os irmãos Daniel Alpha Lopes e Edson Alpha. Também chefe do esquema e responsável pelo apoio jurídico, está Tatiane.

Desde outubro do ano passado, a Polícia Civil investiga o caso. Durante a operação recente, os agentes apreenderam quatro celulares na casa do casal, quatro armas, quatro simulacros de pistola, um taco de beisebol, uma máquina de cartão de crédito, talões de cheque e cerca de R$ 22 mil.

Os PMs estão presos no presídio militar de Goiânia. Tatiane está detida na unidade prisional de Luziânia e três empresários também estão no município, na CPP. Todos já passaram por audiência de custódia.

Em nota, a Polícia Militar informou que os PMs foram afastados, que está colaborando e que os crimes foram cometidos fora do ambiente de trabalho. A Polícia Civil atua na identificação de outras vítimas. A reportagem do Mais Goiás não conseguiu contato com as defesas dos três PMs e da advogada, mas o espaço está aberto para pronunciamento.

OAB-GO

Ao portal, a OAB-GO, por meio da Subseção de Luziânia, disse que acompanha o caso noticiado pela imprensa e buscará obter todas as informações oficiais junto às autoridades competentes antes de qualquer manifestação conclusiva. “A OAB-GO reforça que atua sempre pautada pela defesa intransigente do Estado Democrático de Direito, da ética profissional e do devido processo legal, assegurando a todos os profissionais o direito ao contraditório e à ampla defesa, conforme preveem a Constituição Federal e o Estatuto da Advocacia.”

Ainda conforme a nota, “assim que houver confirmação dos fatos e das circunstâncias apuradas pelas autoridades competentes, a instituição adotará as medidas administrativas e disciplinares cabíveis, observando os trâmites próprios do Tribunal de Ética e Disciplina”. Por fim, informou que não se pronuncia com base em informações preliminares ou sem o devido respaldo oficial.

Caso

Três policiais militares (PMs) de Goiás, uma advogada e outras três pessoas foram presas pela PCGO na sexta-feira (28). Eles são suspeitos de comandar um esquema de agiotagem, lavagem de dinheiro e extorsão em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal (DF). Um vídeo obtido pela Polícia Civil, registrado pelos próprios suspeitos, mostra a profissional do Direito espancando um homem com um taco de beisebol. O grupo teria movimentado mais de R$ 7 milhões em dois anos de atividade ilegal.

De acordo com as investigações coordenadas pela 5ª Delegacia Regional de Luziânia, a advogada Tatiane Meireles, que é esposa do sargento PM Hebert Póvoa, é a mulher que aparece no vídeo agredindo um homem, que estava de joelhos, atrás de um veículo. Enquanto ela batia na vítima, o responsável pela gravação do vídeo fez ameaças. “Aqui no Goiás você vai aprender como funciona.”

Além de participar pessoalmente das cobranças, a advogada, de acordo com a PC, dava suporte jurídico à quadrilha. Além dela e do marido, foram presos também o sargento Miguel Roberto Mendonça e o soldado José Ronam Ferreira Lustosa. Todos os PMs são lotados no quartel de Luziânia.