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Ambulantes denunciam retirada de trabalhadores informais da região da 44, em Goiânia

Retirada de trabalhadores informais da região da 44, em Goiânia. É o que denunciam ambulantes…

Retirada de trabalhadores informais da região da 44, em Goiânia. É o que denunciam ambulantes que trabalham no local. Desde o início da manhã, fiscais da prefeitura, policiais militares e agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) intensificaram as ações na região, para, segundo as corporações, impedir a venda ilegal de mercadorias. Ambulantes falam em conflito caso retirada continue. GCM afirma que ação tem o objetivo de manter segurança.

A presidente da Associação dos Camelôs e Ambulantes da Região da 44, Fabiana de Paula, relata que a ação dos fiscais teve início por volta das 5h desta quinta-feira (7). Ela revela que, quando os ambulantes colocaram as araras (organizadores de roupas), os agentes já chegaram para fazer a retirada. “Não estão deixando montar e vender. Querem tirar a gente da rua e simplesmente não temos para onde ir. Até agora não houve nenhum tipo de protesto, mas logo vai ter conflito. Imagine pai de família sem dinheiro no final de ano. É só uma questão de tempo”, afirmou.

Segundo ela, apesar de garantir um local fixo regular e recolher taxa de 453 ambulantes, a prefeitura não disponibilizou o espaço. O acordo, conforme Fabiana, foi feito em Agosto, mas, para ela, até o momento não houve efetivação. O espaço reservado fica na feira da madrugada, no Setor Nova Vila. “Eles saíram falando que chamaram o pessoal para colocar lá na feira, mas não é verdade. Ninguém foi chamado. Eles estão tirando a gente da rua e não tem lugar para ficarmos. É um tiro no pé da prefeitura. Lá vai ficar uma confusão e os clientes vão correr do local”, critica.

Em vídeos gravados por ambulantes e enviados ao Mais Goiás é possível observar a ação dos fiscais. As imagens mostram trabalhadores retirando os equipamentos montados e a apreensão de carros estacionados em locais proibidos. Em uma das ações de fiscalização, agentes da GCM chegam a utilizar spray de pimenta para dispersar os camelôs presentes.

O Mais Goiás aguarda retorno da Prefeitura de Goiânia sobre o assunto.

“Segurança e desobstrução”

O comandante da GCM, Washington Moreira, afirma que a ação, que deve durar até o final de Dezembro, tem o objetivo de garantir a segurança e desobstrução do local. De acordo com ele, diversos ambulantes estacionam em locais proibidos e ocupam as calçadas, prejudicando o trânsito. “A estimativa é que entre dois e três milhões de consumidores passem pela 44 nesse período. O fluxo é grande e muitas vezes os camelôs, que ficam em locais proibidos, atrapalham a circulação”, disse. O agente cita que além de ser uma ação para garantir a segurança, a medida também é feita para que “a lei seja cumprida”. “Entendemos a insatisfação dos camelôs, mas eles são trabalhadores irregulares. A lei tem que ser cumprida”, completa.

Segundo ele, a retirada dos ambulantes é rotativa. Isso porque mesmo com a ação, os trabalhadores continuam na região. “Eles chegam, montam e nós retiramos. Então, eles começam a vender os produtos na mão. Por isso a importância da fiscalização durante todo o dia”. Ao todo, a corporação conta com 50 agentes que fazem a fiscalização durante o dia e noite. Washington salienta que os profissionais, muitas vezes, precisam fazer abordagens e bloqueios “para garantir o cumprimento da lei”.

Sobre o uso de spray de pimenta da manhã desta quinta-feira (7), o comandante afirma que foi necessário para dispersar as pessoas que “partiram para cima dos fiscais durante a ação”. “Essa é melhor forma de resolver o problema sem usar maiores violências”.