DENÚNCIA

Advogado de detenta que engravidou no presídio de Aparecida pede exame de DNA

O enfermeiro, apontado pela detenta como o pai da criança, foi demitido após as denúncias

Caso teria ocorrido na CPP, em Aparecida (Foto: Divulgação)
Caso teria ocorrido na CPP, em Aparecida (Foto: Divulgação)

O advogado da detenta que engravidou dentro da Casa de Prisão Provisória (CPP) de Aparecida de Goiânia e alega ter mantido relações sexuais com um enfermeiro que atuava no local, formalizou um pedido de exame de DNA para comprovar a paternidade. A solicitação foi encaminhada à Justiça e deve ser realizada assim que houver autorização judicial.

A detenta, que foi transferida para a Unidade Prisional Regional Feminina de Inhumas como medida de proteção, afirma que o enfermeiro é o pai da criança. Ela relatou que o profissional teria realizado vários testes de gravidez durante o período em que mantiveram relações dentro do presídio. O enfermeiro, que prestava serviços por meio de um convênio com a Prefeitura de Aparecida de Goiânia, foi demitido após as denúncias. Um médico e dois agentes penais também foram afastados de suas funções sob suspeita de envolvimento em casos semelhantes.

A Diretoria-Geral da Polícia Penal (DGPP) ainda não confirmou oficialmente a gravidez da detenta, mas destacou que a transferência dela para outra unidade foi uma medida preventiva para garantir sua segurança. A Corregedoria Setorial instaurou uma sindicância preliminar para apurar as irregularidades, e os profissionais envolvidos estão proibidos de adentrar qualquer unidade prisional por tempo indeterminado.

O advogado da detenta argumenta que o exame de DNA é essencial para comprovar a paternidade e garantir os direitos da criança, além de responsabilizar os envolvidos. Ele também ressaltou a necessidade de investigar as condições de segurança e supervisão dentro do presídio, que permitiram que tais situações ocorressem.

Contexto do caso

O caso veio à tona no início de janeiro de 2025, quando a Polícia Penal de Goiás recebeu denúncias de que servidores da saúde e agentes penitenciários estariam mantendo relações sexuais com detentas dentro do posto de saúde da CPP de Aparecida de Goiânia. A gravidez de uma das presas trouxe ainda mais gravidade às acusações, levantando questões sobre abuso de poder e violação dos direitos das detentas.

A Prefeitura de Aparecida de Goiânia se pronunciou, afirmando que rompeu o contrato com os profissionais de saúde envolvidos. Já a DGPP reforçou que as investigações estão em andamento e que medidas disciplinares foram tomadas contra os servidores suspeitos.