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Aparecida identifica 149 casos da variante Gamma-Plus em sequenciamento de amostras

Segundo secretário de Saúde de Aparecida, mutação Gamma-Plus "engana sistema imune"

Dos casos confirmados da nova versão da variante Gamma da Covid-19 (a Gamma-Plus) em Goiás até o momento, 149 estão em Aparecida de Goiânia. O número foi confirmado após sequenciamento genômico. De acordo com a Secretaria de Saúde Aparecida de Goiânia (SMS), pode haver um número bem maior de casos dessa versão em Goiás, o que só poderia ser comprovado com o trabalho de sequenciamento.

Além dos 149 sequenciados em Aparecida, a rede de Saúde integrada Dasa detectou outros cinco casos no estado. Em Goiânia, um caso foi encontrado até agora, conforme informado pela Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia.

Ao Mais Goiás, o titular da SMS de Aparecida, Alessandro Magalhães, justificou o alto número de casos da Gamma-Plus encontrado no município (149) ao destacar o trabalho de sequenciamento genômico realizado na região que, segundo ele, acontece desde março deste ano. O secretário defende que o número de casos ativos identificados em Goiás poderia ser muito maior, caso o trabalho de sequenciamento fosse ampliado em outros municípios.

Magalhães informou ainda que a cepa da Covid-19 que predomina em Aparecida é a Gamma, e que 55% das amostras sequenciadas são referentes à sua nova versão, a Gamma-Plus. Conforme o secretário, essa é uma variante recente com poucos casos identificados, mas que, de acordo com a literatura científica disponível até o momento, pode ser consideravelmente mais contagiosa.

“Nas pessoas que já foram vacinadas, ela [a Gamma-Plus] consegue enganar o sistema imune. Além disso, ela consegue invadir mais célular humanas, tem um poder maior de infectar”, detalhou.

Casos da Gamma-Plus em outras cidades

Conforme informado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), pesquisadores detectaram a Gamma Plus, derivada da variante Gamma, “em amostras de diversas cidades de Goiás”. O sequenciamento foi realizado dentro do projeto de mapeamento das variantes do Sars Cov-2 da universidade, em parceria com a Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) e Instituto Federal de Goiás (IFG).

“A alteração genética dessa variante está em uma parte do vírus que responde pela velocidade com que ele entra nas células do corpo infectado. Esta alteração também é encontrada na variante Delta (Índia) e preocupa porque pode significar uma maior capacidade de contágio”, relata a professora Mariana Telles, coordenadora do projeto.