Bolsonaro deixa hospital em Brasília após procedimento
Ex-presidente teve alta e voltou ao condomínio onde cumpre prisão domiciliar

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou o Hospital DF Star, em Brasília, por volta das 14h deste domingo (14), após passar por um procedimento médico na pele. Ele havia dado entrada na unidade ainda pela manhã, em meio ao cumprimento da prisão domiciliar imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro foi liberado poucas horas depois e retornou para a casa onde cumpre a pena, em um condomínio na capital federal. A movimentação foi discreta, e não houve divulgação oficial sobre a natureza exata do procedimento realizado, apenas que se tratava de um tratamento dermatológico de rotina. Assessores próximos afirmaram que a ida ao hospital já estava prevista por recomendação médica.
A visita ao hospital ocorre dias após o ex-presidente ter sido condenado a 27 anos e 3 meses de prisão pelo STF, no julgamento da chamada trama golpista, plano que, segundo os ministros da Corte, pretendia impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e manter Bolsonaro no poder após as eleições de 2022. Por decisão judicial, ele cumpre a pena inicialmente em regime domiciliar, sob monitoramento.
Condomínio dividido após condenação
Desde a condenação, o clima no condomínio onde Bolsonaro mora tem sido marcado por tensão e reações opostas entre os vizinhos. Mensagens obtidas pelo Metrópoles em um grupo de aplicativo de mensagens mostram discussões acaloradas e até comemorações.
Alguns moradores reclamaram da presença de ambulantes vendendo produtos com a imagem do ex-presidente na portaria, enquanto outros ironizaram a situação com comparações a uma “Copa do Mundo”. Na sexta-feira (12), um grupo de opositores promoveu um churrasco no local para comemorar a decisão do STF, com bandeiras, músicas e mensagens de apoio à democracia.
Em contrapartida, apoiadores do ex-presidente têm realizado vigílias noturnas nas imediações do condomínio, vestidos de verde e amarelo e carregando bandeiras do Brasil, Estados Unidos e Israel. Durante os encontros, eles oram e cantam pedindo anistia para Bolsonaro, que se tornou o primeiro ex-presidente da história do país condenado por crimes contra a democracia.