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Bullying em redes sociais atinge mais alunas do que alunos em Goiás, diz IBGE

Em Goiás 17,4% das alunas entre 13 e 17 anos se sentiram ameaçadas, ofendidas ou…

Em Goiás 17,4% das alunas entre 13 e 17 anos se sentiram ameaçadas, ofendidas ou humilhadas nas redes sociais ou aplicativo de celular, nos 30 dias anteriores à Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2019, divulgada nesta sexta-feira (10). O valor da mesma variável para os alunos foi de 10,7%. Os estudantes da rede pública relataram mais bullying via rede social, 14,5%, contra 11,9% da rede privada.

A PeNSE vem utilizando em suas edições verbos conhecidos pelos alunos que signifiquem provocação (esculachar, zoar, mangar, intimidar ou caçoar), que posteriormente são conceituados como bullying.

A pesquisa foi realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, em parceria com o Ministério da Saúde e com o apoio do Ministério da Educação.

“Eu me sentia muito triste”, conta vítima de bullying

Hoje com 31 anos, o engenheiro D.B contou ao Mais Goiás, que em sua época de estudante quando tinha por volta dos 10 a 12 anos, passou por situações de bullying. Segundo ele os colegas o comparavam com o desenho Dumbo.

Na animação, a qual D.B se refere, Dumbo é um bebê elefante de um circo que nasceu com orelhas enormes. Após ser ridicularizado por seu grupo de amigos, ele se transforma na principal atração de seu circo quando descobre que, usando suas orelhas, é capaz de fazer o que nenhum outro elefante, que é voar.

Por causa da minha orelha me comparavam ao desenho do filme Dumbo. Os meus colegas me zoavam e me chamavam de ‘Dumbo, oreia seca ou  orelha de abano’. Eu me sentia muito triste, até gostava do filme, mas depois de todas as situações de ‘zoação’ eu parei de gostar do filme, porque  associava ele a esse bullyng que eu sofria”, conta.

De acordo com D.B, a partir do momento que entrou no ensino médio as brincadeiras de mau-gosto acabaram.

16,1% dos meninos foram agredidos ao menos uma vez pelos colegas

A pesquisa revela ainda que 13,5% dos escolares em Goiás já foram agredidos fisicamente por algum dos seus colegas de escola pelo menos uma vez nos 30 dias anteriores à pesquisa. Desses, 7,7% responderam ter sido agredidos uma vez e 5,8% duas ou mais vezes.

Na comparação por sexo 16,1% dos meninos foram agredidos pelo menos uma vez, enquanto 10,9% das meninas responderam positivo para a mesma pergunta. As redes pública e privada não apresentaram diferença significativa, sendo 13,2% na pública e 15,1% na privada.