Caso Dayara Talissa: empresário é condenado a 17 anos pela morte da jovem em Orizona
Jovem de 21 anos desapareceu em março de 2024 e foi encontrada em julho do mesmo ano

O empresário Paulo Antônio Eruelinton Bianchini, acusado de matar a então companheira Dayara Talissa Fernandes da Cruz, de 21 anos, em março de 2024, em Orizona, foi condenado, na quarta-feira (10), a 17 anos de prisão em regime fechado e seis meses de detenção por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual. À época do crime, ele chegou a acionar as autoridades e dizer que a mulher estava desaparecida. O júri foi presidido pelo juiz Georges Leonardis Gonçalves dos Santos.
Também réu, José Vitor Silva de Menezes teve o processo suspenso por aceitar um acordo de não persecução penal (ANPP) do Ministério Público de Goiás (MPGO). Ele era acusado por ocultação de cadáver e fraude processual. A terceira suspeita, Miriam Oliveira Silva, foi impronunciada.
Conforme a denúncia do MP, Paulo matou a companheira por motivo torpe, mediante dissimulação e em contexto de violência doméstica (feminicídio), devido a um suposto prejuízo financeiro. Após o assassinato, ele e José teriam escondido o corpo na fazenda onde o crime aconteceu. Dayara desapareceu em 10 de março. A ossada dela, contudo, só foi encontrada em 6 de julho.
O Mais Goiás não conseguiu contato com a defesa de Paulo, mas mantém o espaço aberto. Ainda cabe recurso.
Descoberta do crime de Paulo
Segundo o delegado Kennet de Souza, à época, o empresário, então com 34 anos, matou a vítima no dia 10 de março, escondeu o corpo na própria fazenda e, no dia seguinte, se passou por ela mandando mensagens para a família, os fazendo acreditar que ela estava viva. Todos os investigados apresentaram versões diferentes do fato durante o interrogatório.
“No início, foram ouvidos os 4 homens que estavam na fazenda no dia dos fatos (três deles funcionários). Todos entraram em contradição em conjunto, razão pela qual todos figuraram como investigados”, explicou o delegado.
“Um homem de 19 anos foi indiciado por fraude processual, além de uma mulher de 40 anos que ficou com o celular da vítima por 10 dias e depois descartou o celular dela em um córrego de Itumbiara”, pontuou.
Ossada encontrada
As informações sobre a possível localização do corpo chegaram à polícia na véspera da descoberta. Ela estaria em uma propriedade rural a 26 km de Orizona. A polícia foi ao local e confirmou a veracidade da informação. Ele teria usado tratores e escavadeiras de grande porte que costuma usar no trabalho (desmatamento e barragens).
A escavação do local teve o apoio da prefeitura de Orizona. Foi necessário buscar uma máquina maior, uma vez que a cova onde a jovem foi enterrada ficava a cerca de 5 metros da superfície. O corpo estava enrolado em um um tecido.