Salvando vidas

‘Corredor de aplausos’ homenageia doador de órgãos e familiares em Goiânia

Goiás realizou 401 transplantes até o início de outubro. Hospital busca estimular captações

Um doador de órgãos foi homenageado com um ‘corredor de aplausos’ realizado pela equipe de saúde do Hospital de Urgências Governador Otávio Lage (Hugol). O paciente, que teve morte encefálica confirmada e extração autorizada por familiares, destinou dois rins para salvar vidas de pessoas no Amazonas e no Pará.

A ocasião, registrada em vídeo, aconteceu na última quinta-feira (2/10) e marcou a 305ª captação realizada desde a inauguração da unidade. A gravação só foi divulgada nesta quarta (8/10).

A direção do hospital explicou ao Mais Goiás que o ato foi um reconhecimento à sensibilidade do paciente e dos familiares, em agradecimento à expressão de solidariedade e incentivo à decisão de valorização da vida.

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Recusa de famílias é entrave à doação

Embora haja campanhas governamentais para aumentar a quantidade de doadores no Brasil, apenas 4 em cada 14 pessoas que manifestam intenção concretizam a doação. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde (MS) em setembro de 2024. Em 2025, o Brasil atingiu a marca de 14,9 mil transplantes no primeiro semestre, o maior da série histórica, um crescimento de 21% em relação a 2022.

A quantidade de doadores, porém, poderia ser ainda maior, visto que, no cenário nacional, 45% das famílias ainda recusam a possibilidade. Enquanto isso, cerca de 80 mil pessoas aguardam por um transplante no país. Por lei, a doação de órgãos de pessoas falecidas carece de autorização de familiares, bem como de manifestação do doador ainda em vida.

Goiás, por sua vez, contabiliza 401 transplantes em 2025, números do primeiro semestre que indicam uma tendência de crescimento. Segundo o MS, foram cinco de fígado, quatro de pâncreas e rim, 69 de rim, 291 de córnea e 32 de medula óssea. No Hugol, até o momento, apenas 23 famílias autorizaram o procedimento. Ao todo, 71 órgãos foram captados. Na unidade, o índice de recusa é de 70%, acima da média nacional.

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