Cremego cobra providências da Prefeitura após suspensão de atendimentos na maternidade Nascer Cidadão
Conselho cobra providências imediatas diante da paralisação

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) oficiou a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, em caráter de urgência, cobrando explicações e medidas imediatas diante da suspensão dos atendimentos na Maternidade Nascer Cidadão (MNC), iniciada às 18h desta quinta-feira (21). O Ministério Público Estadual e outras autoridades também serão acionados.
A decisão foi anunciada pelo presidente do Cremego, Rafael Martinez, após aprovação em plenária da entidade. Segundo ele, a paralisação dos atendimentos foi determinada pela Direção Técnica da unidade dentro de sua atribuição ética de resguardar a segurança da população e a prática da medicina.
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Nascer Cidadão mantém apenas serviços de emergência
Um dos motivos que levaram ao fechamento foi a interrupção do serviço de anestesiologia, que inviabiliza a realização de partos e cirurgias de urgência. O Conselho considera a situação “extremamente grave”, pois coloca em risco a assistência a gestantes e recém-nascidos, e cobra da Prefeitura ações rápidas para restabelecer os serviços em condições seguras.
Com a palavra, a Secretaria Municipal de Saúde
Em resposta, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia informou que encaminhou equipe à Maternidade Nascer Cidadão para acompanhar a situação in loco e reorganizar os fluxos de atendimento. Segundo a pasta, a unidade mantém atendimentos de urgência e emergência, consultas ambulatoriais e a assistência aos pacientes internados. As gestantes que chegam ao local com quadros não urgentes estão sendo redirecionadas para a Maternidade Dona Íris, Hospital das Clínicas ou Hospital Estadual da Mulher.
A SMS acrescentou que a nova paralisação e a falta de regularidade na assistência oferecida aos usuários reforçam a necessidade de substituição do atual modelo de gestão das maternidades.
Crise nas maternidades
A suspensão na Nascer Cidadão ocorre em meio a um cenário de instabilidade na rede municipal. Em julho, o Hospital Célia Câmara também interrompeu partos e cirurgias, e desde então a rede gerida pela Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc) enfrenta limitações.
O episódio amplia a pressão sobre a Prefeitura, que já decidiu encerrar os convênios com a Fundahc no dia 29 de agosto e repassar a gestão das maternidades a organizações sociais contratadas emergencialmente.