Delegado goiano acusado de estuprar mulher trans é absolvido pela segunda vez
Kleyton Manoel Dias também foi absolvido da acusação de dirigir embriagado

O Tribunal de Justiça de Goiás absolveu esta semana, pela segunda vez, o delegado da Polícia Civil Kleyton Manoel Dias, da acusação pelo estupro de uma mulher trans, fato que teria ocorrido no início do ano passado, em Goiânia. O policial também foi absolvido da acusação de dirigir embriagado.
O segundo julgamento aconteceu porque o Ministério Público Estadual recorreu de uma primeira absolvição, publicada em setembro do ano passado. Para o juiz que cuidou do caso, apesar da palavra da vítima ter relevância, a versão apresentada pela denunciante apresentou várias contradições, “que não se sustentaram”.
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Ao analisar a denúncia, o magistrado, que não teve o nome divulgado, soube que Jade Fernandes, quando atendida inicialmente por uma equipe da Polícia Militar, não relatou que havia sido estuprada, tendo feito a denúncia somente no dia seguinte, quando procurou uma delegacia da Polícia Civil. O MP/GO anunciou que irá recorrer, também, dessa segunda absolvição.
Kleyton Manoel foi absolvido ainda da acusação de que dirigia embriagado, uma vez que, segundo o juiz, apesar do delegado ter confirmado que bebeu duas doses de uísque antes de dirigir, não foram obtidas provas de que o consumo relatado pelo acusado seria suficiente para configurar o crime.
A defesa do delegado disse que recebe com naturalidade a absolvição, já que sempre acreditou na inocência do réu. A reportagem do Mais Goiás não conseguiu contato com a defesa de Jade Fernandes, mas o espaço está aberto para manifestação.
A denúncia
A denúncia contra Kleyton Manoel Dias foi feita depois que ele deu carona a Jade Fernandes na madrugada do dia cinco de janeiro de 2024, na saída de uma confraternização promovida por um jornalista em uma boate que funcionava no Setor Alto da Glória. Segundo a denunciante, após parar o carro nas proximidades da casa dela, no Setor Jaó, o delegado a teria estuprado.
Câmeras de segurança mostraram quando a mulher trans desceu do veículo do policial apenas de calcinha, com o vestido nas mãos. Em depoimento prestado na ocasião à Polícia Civil, um homem que mora na mesma casa de jade Fernandes contou ter recebido a amiga no portão, seminua, completamente transtornada e com marcas de agressão pelo corpo.