QUEREM AUMENTO

Detran-GO contesta paralisação dos médicos e diz que reajuste encarece CNH

Autarquia afirma que mantém diálogo aberto e alega impacto direto no custo da CNH

O Detran-GO criticou a paralisação dos médicos e psicólogos credenciados iniciada nesta terça-feira (15) e classificou o movimento como precipitado. De acordo com a autarquia, por meio de nota ao Mais Goiás, a suspensão dos atendimentos ocorreu um dia após reunião com representantes da categoria, na qual foi acordado um prazo de 30 dias para apresentação de propostas.

A categoria reivindica aumento no valor das consultas e melhores condições de trabalho. A autarquia, porém, argumenta que o ato ocorre no dia seguinte a uma reunião com o presidente da entidade, delegado Waldir Soares, em que foi os profissionais aceitaram um prazo de 30 dias para que o Detran-GO apresentasse novas propostas.

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“O Detran-GO ressalta ainda que sempre manteve canal aberto de diálogo com as entidades representativas, que por diversas vezes foram recebidas pela diretoria”, destaca a nota da autarquia. “O aumento no valor da consulta impacta diretamente no custo da CNH para a população, o que é considerado inaceitável”, salientou.

Atualmente, os exames médicos custam R$ 90, pagos diretamente ao profissional. A autarquia ainda destaca que os psicólogos recebem R$ 100 por atendimento. Ainda conforme o Detran-GO, há casos de médicos com carga horária reduzida que chegam a faturar mais de R$ 38 mil por mês. Um psicólogo de Aparecida de Goiânia teria recebido R$ 19 mil em seis meses, segundo dados da própria autarquia.

O órgão também afirma que os profissionais não são exclusivos, podem estabelecer suas cargas horárias e atuam tanto em unidades públicas quanto em clínicas particulares. A média diária de exames médicos no estado é de 1.958, sendo 485 em Goiânia. Apesar da paralisação, o Detran-GO informa que o atendimento ao público segue normalmente, apenas com atrasos nos exames médicos e psicológicos.

O que reivindicam os profissionais

A paralisação foi convocada pelo Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego) após deliberação em assembleia no último dia 8 a iniciada nesta terça-feira (15). A categoria cobra a reposição das perdas inflacionárias acumuladas nos últimos oito anos e melhores condições de trabalho. O movimento prevê a manutenção dos atendimentos classificados como inadiáveis, conforme determina a legislação.