Eleição do Sintego tem denúncias de fraude; comissão anula votos de urnas questionadas
Comissão eleitoral confirmou irregularidades relacionadas a mesários de Goiânia e Anápolis

Com Diogo Luz
A eleição do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), o maior do Centro-Oeste, termina nesta sexta-feira (14). O pleito, contudo, pode não acabar ainda, uma vez que a Chapa 2, de oposição, liderada pelo professor João Coelho, acusa a atual gestão (Chapa 1) de manipular e fraudar o processo. O denunciante cita duas situações: em Anápolis (Urna 301), um mesário teria registrado em ata a coleta de votos “de casa em casa”; enquanto em Goiânia (Urna 601), na Hospedagem do Sintego, a acusação é de que a mesária teria se ausentado. A Comissão eleitoral confirmou as irregularidades, mas informou que urnas envolvidas tiveram os votos anulados.
Segundo Coelho, também ocorreu uma suposta tentativa de boicote. Ele apresentou como prova um print de tela de um grupo de WhatsApp da Chapa 1. Na conversa, uma mulher identificada no documento como assessora da atual presidente e candidata à reeleição, Bia de Lima, sugeriria que urnas “não iriam passar” em escolas com maior propensão de votos para a oposição. Além disso, a Chapa 2 também critica o uso de listas de sindicalizados supostamente desatualizadas desde 2021 e a falha da comissão em entregar as rotas das urnas com antecedência, o que prejudica a fiscalização (há relatos de locais que só receberam a fiscais da Chapa 1).
“Vamos judicializar as diversas irregularidades”, garante João. Segundo ele, contudo, também é preciso modernizar a escolha, seja com urnas eletrônicas ou por meio de aplicativo, como já acontece na Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO). “A atual direção não tem interesse em modernizar para dar transparência ao processo. A lógica dessa eleição é que ela foi feita apressada, sem planejamento, para que o grupo da Chapa 2 não tivesse condições de disputa”, diz e reforça: “O processo atual eleitoral é atrasado, burocratizado e não cria condições para uma escolha definitiva, colocando em risco a própria condição condição democrática do Sintego.”
Comissão independente
Ao Mais Goiás, presidente da Comissão Eleitoral Central, Eduardo Ramos Jubé, classificou as denúncias de manipulação como “genéricas”. Contudo, confirmou a ocorrência de irregularidades pontuais em Goiânia e Anápolis, mas assegurou que as urnas envolvidas foram impugnadas e que os votos “não foram e não serão computados”.
“De fato ela [a mesária] se ausentou, então prontamente eu, da comissão, compareci ao local e lacrei e recolhi a urna”, informou sobre a saída da mesária em Goiânia. Ele informou que a urna foi substituída, assim como a mulher. Em relação a Anápolis, ele disse que a comissão “só teve conhecimento pela denúncia” e que “esta urna também terá seus votos invalidados para apuração”.
Por fim, Jubé defendeu a lisura do processo de comissão como órgão independente. “A comissão é um órgão independente do sindicato, composta por seis pessoas que não são filiados e nem da categoria. Até o momento, ocorre de forma normal e eventuais ocorrências são normais dentro de um processo tão grande. As eleições ocorrem em todo o Estado de Goiás, com votos para as Regionais Sindicais e para a Diretoria Central”, pontua.
O Mais Goiás também procurou a candidata Bia de Lima. Ela, contudo, informou que só irá se manifestar após a apuração. Já o Sindicato solicitou que o portal procurasse a Comissão, o que feito feito. Caso haja interesse, o espaço segue aberto.