Maus-tratos

Em vídeo, filho denuncia que era obrigado a pedir dinheiro para mãe comprar crack, em Goiânia

Um adolescente, de 12 anos, denunciou ao Conselho Tutelar de Goiânia que era obrigado a…

Um adolescente, de 12 anos, denunciou ao Conselho Tutelar de Goiânia que era obrigado a pedir dinheiro para a mãe comprar crack. Em vídeo gravado pelos conselheiros, o garoto conta que a mãe gritava e ameaçava bater na vítima caso não conseguisse dinheiro. Com medo, o menino olhava carros em troca de moedas e pedia dinheiro na rua.

A situação, conforme relata o garoto, ocorria quase todos os dias. Ele se deslocava diariamente da casa em que mora no Setor Goiânia Viva para o Setor Eldorado e chegava a conseguir cerca de R$ 50, gasto pela mãe com droga. “Eu peço, olho carro, faço alguma coisa. Se não arrumar dinheiro ela me bate. Começa a xingar, me bater e gritar porque ela quer fumar”, contou.

O menino chegou até o Conselho Tutelar na última segunda-feira (7), após acionamento de uma escola da região. O conselheiro Dácio Anacleto afirma que o adolescente pediu dinheiro a uma família, que se ofereceu a levá-lo para a residência em que o garoto mora.

No entanto, o menino se recusou a falar onde morava pois não queria voltar para casa. Então, a família decidiu deixá-lo em uma unidade escolar perto de onde o adolescente vive. A escola, por sua vez, contatou o Conselho.

“O menino chegou a pedir para que fosse levado a um abrigo ao invés de ser deixado com a mãe. Foi um pedido de socorro. A casa tem o básico de alimentação, mas imagine a violência física e psicológica que ele sofria”, comentou Dácio.

Acompanhamento antigo

O conselheiro conta que a família é acompanhada há cerca de seis anos. “O problema da mãe é uma questão de saúde mesmo. Ela é dependente química e bastante instável em razão do uso de drogas. Uma hora fala que não queria maltratar o filho e outra hora fala que não está nem aí para ele”.

A mulher teve 12 gestações, mas somente nove crianças sobreviveram. Oito delas foram encaminhadas para família substituta, adoção ou família biológica que assumiu a responsabilidade da criação.

“Esse adolescente não tinha ninguém para cuidar a não ser a mãe. O pai foi assassinado quando ele ainda tinha dois anos de idade. O menino ainda ficava com a mulher porque uma tia ajudava a criá-lo”, disse. Agora, no entanto, o Conselho Tutelar pediu a suspensão do poder familiar da mãe. A entidade também levará o caso à Justiça para a tomada das medidas cabíveis.