Empresa goiana é alvo de operação que investiga fraude de até R$ 5 mi em licitações de eventos
Empresas são suspeitos de superfaturar contratos de shows em Goiás e Mato Grosso. Sete pessoas foram presas e 30 medidas judiciais cumpridos

Uma operação integrada entre a Polícia Civil de Goiás (PCGO) e de Mato Grosso investiga um esquema de fraude em licitações públicas para contratação de eventos. Na ação, nomeada de Operação Cenário Montado Gyn, sete pessoas foram presas em Barra do Garças (MT), Goiânia, Aparecida de Goiânia e Aragoiânia. Ao todo, foram cumpridas 30 medidas judiciais, incluindo buscas em empresas e casas dos investigados, quebras de sigilos bancário e telefônico, além da suspensão das atividades de duas empresas. A movimentação financeira do grupo pode ultrapassar R$ 5 milhões, todos oriundos de recursos públicos.
De acordo com as investigações, uma empresa de eventos com sede em Goiânia é usada para manipular processos licitatórios em prefeituras, especialmente em municípios do interior. Entre as vítimas está a Prefeitura de Barra do Garças. O grupo é suspeito de direcionar licitações, simular concorrência e superfaturar preços de serviços como palcos, iluminação, telões, geradores e banheiros químicos.
Segundo a polícia, o superfaturamento chegava a quase 400%. Em alguns casos, as prefeituras contratavam grandes quantidades de estruturas para eventos, mas apenas parte do material era realmente entregue no dia do show, enquanto o valor total era cobrado integralmente.
Durante a operação, os policiais apreenderam documentos, equipamentos eletrônicos, um drone e cerca de R$ 20 mil em dinheiro.
As investigações começaram em janeiro deste ano, após a identificação de irregularidades em contratos no município de Pontal do Araguaia (MT). Com o avanço das apurações, a polícia descobriu que o mesmo esquema teria sido repetido em Barra do Garças e em cidades do interior de Goiás, por meio de adesões a atas de registro de preços, conhecidas como “caronas”.
LEIA TAMBÉM:
- Suposta fraude em contrato de 2024 coloca Saúde de Goiânia e empresa na mira da PC
- MP investiga fraude de R$ 1,6 milhão em contrato da Seduc, em Itapaci
- Investigado por fraude em licitações é preso em Anápolis após sacar R$ 500 mil em espécie
As investigações encontraram indícios claros de manipulação de preços, repetição de orçamentos e falta de concorrência real entre as empresas participantes. Após o início das apurações, os valores apresentados em contratos parecidos caíram de forma significativa, reforçando a suspeita de fraude.
Os investigados podem responder por fraude em licitação, associação criminosa, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e corrupção. A Polícia Civil informou que as investigações continuam e não descarta novas fases da operação.

Procuradas, as prefeituras citadas e a empresa investigada não se manifestaram até o fechamento desta matéria.